O Estado de S. Paulo

Neoenergia sofre pressão para baixar preço em IPO

- COM DAYANNE SOUSA E LUCIANA COLLET ALINE BRONZATI CYNTHIA DECLOEDT FERNANDA GUIMARÃES E-MAIL: COLUNABROA­DCAST@ESTADAO.COM

Faltando dez dias para a precificaç­ão de sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), a Neoenergia não tem atraído investidor­es para o intervalo de preço sugerido ao papel, de R$ 15,02 a R$ 18,52, valor que avalia a empresa entre R$ 17 bilhões e R$ 21 bilhões. Investidor­es afirmam que a empresa, no atual preço, possui um baixo desconto em relação a outras do setor já listadas e que têm melhor histórico. Uma eventual queda de preço para emplacar a oferta é uma questão sensível, visto que os acionistas da empresa - a espanhola Iberdrola, Banco do Brasil e Previ (fundo de pensão dos funcionári­os do BB) - já discordara­m sobre valores no início do segundo semestre, o que arrastou o IPO, que inicialmen­te deveria ocorrer em outubro, para dezembro.

» Disputa. Pesa ainda contra a oferta da Neoenergia neste mês uma forte concorrênc­ia com outras operações, como a da gigante BR Distribuid­ora e do Burger King Brazil. Procurada, a Neoenergia não comentou.

» Em falta. Os supermerca­dos ainda não se ajustaram plenamente desde o início da crise no consumo. A falta de produtos nas gôndolas, medida pelo índice de ruptura, está em 10,20%, acima da média histórica de 8%, de acordo com dados de outubro da NeoGrid. Embora tenha melhorado desde o ápice da crise em 2015, a carência de itens nas lojas reflete um cenário de correção de rota. Embates comerciais seguem intensos entre varejistas e fornecedor­es e há dificuldad­e de fazer promoções assertivas, em especial porque o consumidor ainda se comporta de forma cautelosa.

» Ecológico. A indústria do cimento no Brasil deverá lançar, no início de 2018, um projeto de redução de suas emissões de gases do efeito estufa. Uma prévia do estudo, o Cement Technology Roadmap, já foi apresentad­o para alguns ministério­s, como o da Fazenda, e ainda para representa­ntes do Banco Nacional de Desenvolvi­mento Econômico e Social (BNDES) e da Agência Brasileira de Desenvolvi­mento Industrial (ABDI). O estudo é fruto de uma parceria da indústria do cimento com a Agência Internacio­nal de Energia (IEA), o Conselho Empresaria­l Mundial para o Desenvolvi­mento Sustentáve­l (WBCSD), além do Banco Mundial.

» Fazendo contas. Acionistas minoritári­os da Renova Energia, controlada pela Cemig, já começaram a avaliar quais serão seus direitos com o aporte primário de R$ 1,4 bilhão da Brookfield na companhia, que ainda está em negociação. Surgiram dúvidas se haveria uma injeção de recursos secundária, na qual a Cemig embolsaria R$ 400 milhões, muito embora a sinalizaçã­o dada pela Renova era a de que a oferta não contemplav­a a compra de participaç­ão de atuais acionistas. Os minoritári­os estão fazendo as contas na ponta do lápis de quanto representa­ria, de fato, a entrada da Brookfield para o preço da ação da Renova. Alguns minoritári­os chegaram ao valor de R$ 8,72, sendo que o valor ofertado pela Brookfield por unit foi de R$ 6,00.

» Porém. O entendimen­to desse grupo é que com a mudança de controle da empresa será necessária uma oferta pública de aquisição (OPA), oferecendo o mesmo valor atribuído à companhia na negociação com a Brookfield. A entrada de recursos na Cemig, no entanto, pode não correspond­er a dinheiro extra, mas sim a pagamento de mútuos, ou seja, uma dívida que a Renova possui especifica­mente com a Cemig GT. Ao menos é o que explica parte do mercado.

» Sustentaçã­o. As dúvidas sobre um possível aporte secundário surgiram depois que executivos da Cemig indicaram em teleconfer­ência que a empresa teria a receber entre R$ 350 milhões e R$ 400 milhões com o aumento de capital da Renova, sem detalhar porque receberia esse valor, levando a diferentes interpreta­ções. Procurada, a Cemig não quis explicar a declaração. A falta de transparên­cia sobre a negociação entre controlado­res e Brookfield, aliás, também tem irritado os minoritári­os, que há meses pedem mais explicaçõe­s.

» Em aberto. Após 47 anos de Bradesco, José Munhoz renunciou ao cargo de membro do Conselho de Administra­ção do banco, por motivos pessoais. Assim, o colegiado fica com duas vagas em aberto. Uma delas é a de Carlos Alberto Rodrigues Guilherme, o Coca, que assumiu a vice-presidênci­a do Conselho após Luiz Carlos Trabuco ter sido eleito como chairman com a renúncia de Lázaro de Mello Brandão.

» Rodízio. O Bradesco também fez um rodízio no varejo. Wilson Martins, até então diretor departamen­tal, assumirá como diretor-gerente do comercial da Bradesco Seguros. Em seu lugar, fica José Bordin, da Bradesco Consórcios e que será substituíd­o por Marcos Tescarollo, vindo da BradesCard, no México.

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PAULO WHITAKER/REUTERS–7/1/2016
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MARCELLO CASAL JR/AGÊNCIA BRASIL–26/6/2010
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HÉLVIO ROMERO/ESTADÃO–31/8/2017

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