Neoenergia sofre pressão para baixar preço em IPO
Faltando dez dias para a precificação de sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), a Neoenergia não tem atraído investidores para o intervalo de preço sugerido ao papel, de R$ 15,02 a R$ 18,52, valor que avalia a empresa entre R$ 17 bilhões e R$ 21 bilhões. Investidores afirmam que a empresa, no atual preço, possui um baixo desconto em relação a outras do setor já listadas e que têm melhor histórico. Uma eventual queda de preço para emplacar a oferta é uma questão sensível, visto que os acionistas da empresa - a espanhola Iberdrola, Banco do Brasil e Previ (fundo de pensão dos funcionários do BB) - já discordaram sobre valores no início do segundo semestre, o que arrastou o IPO, que inicialmente deveria ocorrer em outubro, para dezembro.
» Disputa. Pesa ainda contra a oferta da Neoenergia neste mês uma forte concorrência com outras operações, como a da gigante BR Distribuidora e do Burger King Brazil. Procurada, a Neoenergia não comentou.
» Em falta. Os supermercados ainda não se ajustaram plenamente desde o início da crise no consumo. A falta de produtos nas gôndolas, medida pelo índice de ruptura, está em 10,20%, acima da média histórica de 8%, de acordo com dados de outubro da NeoGrid. Embora tenha melhorado desde o ápice da crise em 2015, a carência de itens nas lojas reflete um cenário de correção de rota. Embates comerciais seguem intensos entre varejistas e fornecedores e há dificuldade de fazer promoções assertivas, em especial porque o consumidor ainda se comporta de forma cautelosa.
» Ecológico. A indústria do cimento no Brasil deverá lançar, no início de 2018, um projeto de redução de suas emissões de gases do efeito estufa. Uma prévia do estudo, o Cement Technology Roadmap, já foi apresentado para alguns ministérios, como o da Fazenda, e ainda para representantes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI). O estudo é fruto de uma parceria da indústria do cimento com a Agência Internacional de Energia (IEA), o Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (WBCSD), além do Banco Mundial.
» Fazendo contas. Acionistas minoritários da Renova Energia, controlada pela Cemig, já começaram a avaliar quais serão seus direitos com o aporte primário de R$ 1,4 bilhão da Brookfield na companhia, que ainda está em negociação. Surgiram dúvidas se haveria uma injeção de recursos secundária, na qual a Cemig embolsaria R$ 400 milhões, muito embora a sinalização dada pela Renova era a de que a oferta não contemplava a compra de participação de atuais acionistas. Os minoritários estão fazendo as contas na ponta do lápis de quanto representaria, de fato, a entrada da Brookfield para o preço da ação da Renova. Alguns minoritários chegaram ao valor de R$ 8,72, sendo que o valor ofertado pela Brookfield por unit foi de R$ 6,00.
» Porém. O entendimento desse grupo é que com a mudança de controle da empresa será necessária uma oferta pública de aquisição (OPA), oferecendo o mesmo valor atribuído à companhia na negociação com a Brookfield. A entrada de recursos na Cemig, no entanto, pode não corresponder a dinheiro extra, mas sim a pagamento de mútuos, ou seja, uma dívida que a Renova possui especificamente com a Cemig GT. Ao menos é o que explica parte do mercado.
» Sustentação. As dúvidas sobre um possível aporte secundário surgiram depois que executivos da Cemig indicaram em teleconferência que a empresa teria a receber entre R$ 350 milhões e R$ 400 milhões com o aumento de capital da Renova, sem detalhar porque receberia esse valor, levando a diferentes interpretações. Procurada, a Cemig não quis explicar a declaração. A falta de transparência sobre a negociação entre controladores e Brookfield, aliás, também tem irritado os minoritários, que há meses pedem mais explicações.
» Em aberto. Após 47 anos de Bradesco, José Munhoz renunciou ao cargo de membro do Conselho de Administração do banco, por motivos pessoais. Assim, o colegiado fica com duas vagas em aberto. Uma delas é a de Carlos Alberto Rodrigues Guilherme, o Coca, que assumiu a vice-presidência do Conselho após Luiz Carlos Trabuco ter sido eleito como chairman com a renúncia de Lázaro de Mello Brandão.
» Rodízio. O Bradesco também fez um rodízio no varejo. Wilson Martins, até então diretor departamental, assumirá como diretor-gerente do comercial da Bradesco Seguros. Em seu lugar, fica José Bordin, da Bradesco Consórcios e que será substituído por Marcos Tescarollo, vindo da BradesCard, no México.