Compra da Aetna por CVS é a maior aquisição do ano
Rede americana de farmácias adquiriu a companhia de planos de saúde por US$ 69 bi; CVS é dona da Onofre no País
A operadora de redes de farmácias norte-americana CVS HealthCorp, dona no Brasil da Drogaria Onofre, anunciou no domingo a compra da Aetna por R$ 69 bilhões, a maior aquisição feita no ano. A compra tem como objetivo reduzir os crescentes gastos com saúde por meio de serviços médicos de baixo custo em farmácias.
A operação combinará uma das maiores administradoras de benefícios farmacêuticos dos Estados Unidos e a operadora de farmácias com um dos planos de saúde mais antigos e tradicionais do País – no portfólio da CVS há até planos de saúde governamentais.
O acordo acontece após tentativas frustradas de operações neste setor nos EUA – uma delas envolvendo a própria Aetna. O plano de US$ 37 bilhões de dólares da Aetna para adquirir a companhia de planos de saúde Humana, de menor porte, foi
A CVS, uma das maiores redes de varejo farmacêutico do mundo, faturou US$ 177 milhões no ano passado. O lucro líquido da varejista ficou em S$ 5,3 bilhões em 2016
bloqueado em janeiro por um juiz federal devido a preocupações de que prejudicaria a concorrência. Combinação proposta entre a Anthem Inc e a Cigna Corp também foi derrubada.
No arranjo anunciado com a CVS, os acionistas da Aetna devem receber US$ 207 por ação, disseram as empresas. O montante inclui US$ 145 por ação em dinheiro e 0,8378 ação da CVS para cada ação da Aetna.
Com isso, acionistas da Aetna controlarão cerca de 22% da nova companhia, resultante da união entre as duas gigantes de saúde. Os atuais acionistas da CVS ficarão com o restante.
As empresas disseram que a estimativa é de que a aquisição resulte em ganhos de US$ 750 milhões somente com a sinergia no segundo ano completo após o fechamento da transação – a expectativa é que isso ocorra em 2020, se o acordo for concluído na segunda metade de 2018, conforme o esperado.
A Aetna será operada como uma unidade separada da CVS e a atual liderança da empresa deve administrar os negócios da companhia, afirmou o presidente-executivo da CVS, Larry Merlo. A Aetna terá dois diretores e o presidente-executivo, Mark Bertolini, no conselho da CVS.
Ganhos. Além de ganhos com corte de custos, a união entre as duas empresas pode ajudar a catapultar os negócios de ambas as companhias. A CVS é dona de uma vasta rede de farmácias que pode vir a ser utilizada pela Aetna para oferecer tratamento diretamente aos seus segurados, por exemplo.
Nos EUA, o anúncio levantou preocupação sobre possíveis efeitos para os consumidores. Um dos receios é que os segurados da Aetna acabem sendo direcionados – ou forçados – a buscar a CVS para tratamento ou para ter acesso aos medicamentos prescritos.