O Estado de S. Paulo

Ministro revoga prisão domiciliar e tornozelei­ra de irmã do senador

Andrea Neves foi beneficiad­a por pedidos feitos pelas defesas de seu primo e ex-assessor de Zezé Perrella

- Rafael Moraes Moura Amanda Pupo / BRASÍLIA

A prisão domiciliar da jornalista Andrea Neves, irmã do senador Aécio Neves (PSDB-MG), foi revogada ontem por decisão do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele determinou também a retirada da tornozelei­ra eletrônica de Andrea.

A decisão do ministro beneficiou também o primo deles Frederico Pacheco de Medeiros, além de Mendherson Souza Lima, ex-assessor parlamenta­r do senador Zezé Perrella (PMDBMG). Andrea, Frederico Pacheco e Mendherson estavam nesse regime desde junho, quando a Primeira Turma do STF decidiu tirá-los da prisão preventiva.

A decisão de Marco Aurélio, que também determinou a quebra de sigilos de Aécio, atende a recursos das defesas de Mendherson, que alegou que o prazo da custódia preventiva já tinha chegado a 183 dias, e de Frederico Pacheco, que apontou excesso de prazo na prisão domiciliar, que se estenderia por mais de seis meses sem que se tenha instaurado o processo-crime.

A defesa de Frederico Pacheco também alegou a necessidad­e de ele trabalhar e de comparecer a uma fazenda na região do município de João Pinheiro (MG), onde se dedica a “empreendim­entos florestais, cafeicultu­ra e loteamento­s urbanos”.

Marco Aurélio afastou ainda todas as medidas cautelares aplicadas ao três, como se ausentar do País sem prévia autorizaçã­o do Supremo e a obrigação de entregar os passaporte­s. Além dos três, Aécio é alvo da mesma ação.

“Tem-se medidas a revelarem constriçõe­s projetadas no tempo, incluindo o recolhimen­to domiciliar, o qual ganha contornos de prisão mitigada. A par desse dado, verifica-se que a denúncia, quanto aos requerente­s, ficou restrita à corrupção passiva em coautoria”, escreveu o ministro.

Denúncia. No inquérito, Aécio é acusado de corrupção passiva pelo suposto recebiment­o de R$ 2 milhões em propina da J&F e por obstrução da Justiça por tentar impedir avanços da Operação Lava Jato. O senador chegou a ser afastado do cargo e a cumprir ordem de recolhimen­to noturno, mas a decisão foi revogada pelo Senado. Andrea, Frederico Pacheco e Mendherson foram alvo do mesmo inquérito, mas apenas por corrupção passiva. Os três foram presos na Patmos em maio.

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CRISTIANE MATTOS/REUTERS Irmã. Andrea é acusada de negociar propina

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