Cúpula da Alerj é denunciada por corrupção
O Ministério Público Federal (MPF) denunciou à Justiça os deputados estaduais Jorge Picciani, presidente afastado da Assembleia Legislativa do Rio, Paulo Melo, ex-presidente, e Edson Albertassi, ex-líder do governo, todos do PMDB, por corrupção passiva e ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
A ação penal foi protocolada no Tribunal Regional Federal da 2.ª Região (TRF-2), cuja 1.ª Seção vai decidir se acolhe ou não a denúncia.
Além dos deputados, todos presos preventivamente na Cadeia Pública José Frederico Marques, foram denunciadas outras 16 pessoas. O MPF avalia que o esquema de propinas pode ter envolvido outros deputados estaduais, mas não divulgou detalhes.
“A corrupção na Alerj segue viva e em franca atividade”, disse o procurador regional da República no Rio Carlos Aguiar. Segundo a denúncia, atuava no Rio uma “poderosa organização criminosa abrigada no seio do PMDB fluminense, que operou a partir de espaços institucionais conquistados pelo sistema eleitoral”.
Os deputados são acusados de receber subornos para favorecer construtoras e concessionárias de transporte público. A denúncia aponta a existência de suposta caixinha, que, de 2013 a 2016, teria rendido R$ 250 milhões a políticos. O Rio, em grave crise fiscal, teria deixado de receber R$ 183 bilhões por causa de benefícios fiscais em favor de empresas envolvidas no suposto esquema de corrupção existente desde os anos 1990, segundo o MPF.
O advogado Márcio Delambert, defensor de Albertassi, divulgou nota na qual afirmou que a denúncia “fez um juízo equivocado da atuação parlamentar do deputado, com base na palavra isolada de um delator que é réu confesso. As acusações não procedem”. O Estado não conseguiu ouvir as defesas dos demais acusados.