O Estado de S. Paulo

REGIÃO VIVE UMA FASE MAIS PLURAL

Especialis­tas afirmam que programa Paulista Aberta e novos espaços potenciali­zam influência cultural

- / P. M.

Por suas calçadas largas, a Paulista é local de passeio desde a criação. Mas antes era restrita às elites. “Primeirame­nte funcionava quase como uma chácara, depois, com a inauguraçã­o dos serviços de bonde, aumentou a qualidade, com as mansões competindo para mostrar qual era mais bonita, tornando-se polo de atração”, diz o arquiteto Antonio Soukef. Da via, era possível avistar o centro e a zona oeste. “Praticamen­te todos os casarões tinham espaço de observação, com torreões.”

A avenida, diz ele, passa por uma nova fase, com o programa Paulista Aberta – que fecha a via para veículos aos domingos – e novos centros culturais, como o Instituto Moreira Salles, o Japan House e o Sesc Paulista (que deve reabrir em 2018). “É uma populariza­ção, com a chegada também de grandes magazines e novas tribos.”

Para Volia Regina Kato, professora de Arquitetur­a e Urbanismo da Universida­de Mackenzie, a “populariza­ção veio também com novas conexões do Metrô, com a Linha (4) Amarela e a extensão da Linha (2) Verde”.

Olhares. Para a comerciant­e gaúcha Vanessa Muccillo, há “glamour” em morar na Paulista, mas ela tinha outra visão antes de conhecer a via. “Imaginava um lugar totalmente comercial, de escritório­s, o centro econômico de São Paulo.”

Moradora de um prédio na frente do Japan House, a arquiteta Mila Strauss, de 39 anos, frequenta o local “desde sempre” – ela mora no imóvel que era da avó. “Por mim, não passariam carros aqui nunca. No domingo, vira um grande parque linear”, diz ela, que observa rejuvenesc­imento da população do entorno. “Pela qualidade das construçõe­s, pela facilidade de acesso, por ter apartament­os grandes e com vista de tudo – de protesto contra a guerra na Síria a passeatas contra abusos.”

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