O Estado de S. Paulo

Aluna agride diretora em colégio do Piauí

Imagens foram parar na internet, após professora confrontar estudante sem uniforme em escola estadual; jovem teria transtorno depressivo

- Juarez Oliveira ESPECIAL PARA O ESTADO TERESINA COLABOROU FELIPE RESK

A professora Marilena Silva, diretora da Escola Estadual Firmina Sobreira, em Teresina, no Piauí, foi agredida a socos, puxões de cabelo e pontapés por uma aluna de 16 anos anteontem, no pátio do colégio. Um vídeo com as imagens da agressão passou a circular nas redes sociais, mostrando também xingamento­s trocados entre as duas.

O fato ocorreu após a diretora chamar a atenção de alguns alunos que entraram na unidade para realizar as últimas provas do semestre sem o uniforme completo. “Não impedi que ela fizesse prova e não queria que ninguém fosse prejudicad­o. Mas disse que, a partir do dia seguinte, não iria aceitar que ninguém entrasse sem fardamento (uniforme). Aí, ela se irritou e me agrediu daquela forma”, disse Marilena ao Estado.

A professora informou que a aluna já havia estudado na Firmina em 2015, após ser transferid­a de outra escola por ter sido vítima de agressão praticada por colegas. “Ela acabou reprovada, pois não tinha conseguido se adaptar.”A jovem frequentou uma escola da rede privada no ano passado.

Em agosto de 2017, a Firmina Sobreira recebeu uma intimação do Conselho Tutelar para que a aluna fosse readmitida, desde que respeitass­e as regras. Segundo Lucileide Magalhães, do 1.º Conselho Tutelar de Teresina, a aluna é diagnostic­ada com transtorno depressivo e faz uso de medicação controlada. Outro conselheir­o, Marcus Vinícius Gomes, considerou que a jovem sofreu um “princípio de surto psicótico”.

Providênci­as. Ontem o Conselho Tutelar se reuniu com a família da aluna e psicólogos para discutir providênci­as. “O foco da primeira reunião foi a situação da adolescent­e, no aspecto escolar, após o ocorrido. Ficou decidido que ela vai retomar as atividades dela na Gerência de Educação, para concluir o ano letivo.” Ela estaria sofrendo cyberbully­ing, uma perseguiçã­o na internet, por causa do caso.

Marilena prestou depoimento ontem na Delegacia do Menor Infrator, em Teresina. “É um descaso muito grande das autoridade­s. Você sabe que não temos vigilantes nas escolas, o que temos são agentes de portaria e acaba tendo um descomprom­isso. Entra quem quer: você pede para vigilância não deixar entrar sem farda e às vezes os próprios vigias não querem bater de frente, porque qualquer coisa dá processo”, disse.

“E acaba que a gente fica vulnerável dentro da escola. Sou educadora e eu acho que tem que dar fim a isso”, reclamou. /

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WERTHER SANTANA/ESTADÃO

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