O Estado de S. Paulo

Raí tentará reerguer futebol tricolor

Clube muda para voltar ao caminho das vitórias e vê no ídolo campeão mundial em 1992 uma esperança para retomar competitiv­idade em 2018

- Matheus Lara

O São Paulo anunciou ontem o ídolo Raí como seu novo diretor executivo de futebol, no lugar de Vinicius Pinotti, que pediu demissão na quarta-feira após divergênci­as com o presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco. Raí era o favorito para a vaga, e a diretoria tinha pressa em definir um substituto para não correr o risco de compromete­r o planejamen­to de 2018.

De volta à gestão do futebol tricolor, por onde passou em 2002 como coordenado­r, Raí terá à frente do departamen­to de futebol do São Paulo o desafio de resgatar a força do time no futebol nacional, abalada depois de sucessivas temporadas em baixa. Raí tem a confiança da diretoria e foi escolhido principalm­ente pelo perfil de ex-jogador com experiênci­a e interesse em gestão esportiva. Membro do Conselho de Administra­ção e com forte apelo com a torcida do São Paulo, Raí se distancia bastante do perfil de seu antecessor, que levantava críticas nos bastidores desde que assumiu o futebol do clube porque não tinha experiênci­a na área.

“Estou muito motivado e num bom momento pessoal. Farei isso com o foco total”, garantiu Raí. “A minha história no clube, no futebol e as minhas experiênci­as me credenciam para fazer um grande trabalho no São Paulo na próxima temporada. Estou tranquilo e confiante.”

Uma das primeiras tarefas de Raí no novo cargo será a de dar continuida­de a negociaçõe­s em que Pinotti era um dos principais agentes. A principal delas é a conversa com o Shandong Luneng, da China, em que o São Paulo tenta garantir a permanênci­a de Jucilei em 2018. O volante está emprestado até dezembro. Raí também se envolverá nas negociaçõe­s do clube com o Bahia, pelo goleiro Jean, e com o Cruzeiro, para definir se Hudson retornará ou não ao Morumbi em 2018.

O nome de Raí já tinha sido discutido pela diretoria tricolor neste ano durante o Brasileirã­o, quando a equipe estava na vice-lanterna e a torcida passou a pedir a contrataçã­o de um coordenado­r de futebol para atuar com a comissão técnica de Dorival Junior. Raí era um dos nomes que agradavam à diretoria, além do ex-treinador Muricy Ramalho, desejo maior da torcida tricolor.

O ídolo será o nono dirigente à frente do futebol na gestão de Leco. Gustavo Vieira de Oliveira, filho de Sócrates e sobrinho de Raí, e Rubens Moreno foram os primeiros, ainda em 2015, chefiados por Ataíde Gil Guerreiro, após a renúncia do então presidente Carlos Miguel Aidar. Ataíde foi sucedido por Luiz Cunha, que se demitiu do posto poucos meses depois.

Pressionad­o pela torcida, Gustavo deixou o cargo quando o time corria do rebaixamen­to em 2016. José Alexandre Médicis, José Jacobson Neto e Marco Aurélio Cunha passaram a comandar o futebol. Cunha voltou à seleção feminina e deixou o clube em janeiro. Eleito em maio, Leco escolheu Pinotti como seu executivo de futebol.

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AMANDA PEROBELLI/ESTADAO-7/11/2016 Contrataçõ­es. Uma das missões de Raí será dar continuida­de a negociaçõe­s iniciadas por Vinicius Pinotti

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