O Estado de S. Paulo

Medina luta para conquistar o bi mundial

Campeão em 2014, brasileiro está em desvantage­m na disputa contra o líder, o havaiano John John Florence

- Paulo Favero

A praia de Pipeline vai se transforma­r em arquibanca­da a partir de hoje, quando começa o Billabong Pipe Masters, no Havaí. O primeiro dia será para a disputa de uma triagem para definir as duas últimas vagas na tradiciona­l etapa do Circuito Mundial de Surfe. Em jogo estarão vagas na elite do próximo ano e o título da temporada, que será decidido onda a onda entre o havaiano John John Florence, o brasileiro Gabriel Medina, o sul-africano Jordy Smith e o australian­o Julian Wilson.

A primeira chamada será às 16h (horário de Brasília) para início da triagem. Mas o que mais se comenta é do duelo entre John John e Medina, ambos em busca do bicampeona­to mundial. Para o brasileiro Wiggolly Dantas, a disputa entre um local e um estrangeir­o já mexe com o North Shore da ilha. “Essa rivalidade voltou, isso não é muito bom, mas ao mesmo tempo campeonato é campeonato. Todo mundo está torcendo para o John John, que é havaiano, e a galera do Brasil está torcendo para o Gabriel. Será uma disputa acirrada e o melhor vai vencer”, comenta.

Curiosamen­te, Wiggolly vai encarar John John logo na primeira fase. Ele costuma passar pelo menos três meses do ano no Havaí e é quase considerad­o um local quando está por lá, por respeitar os havaianos e os códigos do surfe. Ele garante que vai fazer a sua parte e dificultar para os candidatos ao título, até porque precisa de um bom resultado para ficar na elite em 2018. E porque tem chance de ser campeão da Tríplice Coroa.

“Vou competir bateria por bateria, e se encontrar no caminho atletas que estão disputando o título, vou dar o melhor porque meu foco é permanecer no time principal do surfe. Vou competir com seriedade, sem brincadeir­a, bem focado em passar a bateria, para ficar bem no ranking e, se tudo der certo, ser campeão da Tríplice Coroa.”

Na matemática do título, em linhas gerais, a maior probabilid­ade é de John John ganhar, pois ele lidera com vantagem de 3.100 pontos sobre Gabriel Medina. Para o brasileiro, o mínimo que ele precisa é chegar nas quartas de final, mas terá de torcer por tropeços de seus adversário­s. “A disputa do título será muito boa, teremos altas ondas e os dois vão mostrar que são ótimos surfistas. Isso é incrível. Os dois vão bem nessa onda e vai ser bateria a bateria, mas se Deus quiser o Gabriel Medina vai levar mais um título para a gente”, acredita Wiggolly.

No momento, ele está na 24.ª posição no ranking mundial, mas apenas os 22 mais bem colocados garantem vaga na elite da próxima temporada. “Esse ano eu fiz alguns resultados bons, mas faltou alguns mais expressivo­s. Foi um ano de aprendizad­o e agora minha meta é permanecer na elite para vir com tudo no ano que vem para disputar o título”, explicou o surfista, que é de Ubatuba, no litoral paulista.

Até por ter uma grande relação com o Havaí, Wiggolly trata a etapa com carinho. “Minha expectativ­a para Pipe é boa. Estou vindo de dois resultados bons aqui no Havaí – Haleiwa e Sunset – e estou bem focado. Estou com o surfe no pé, a onda de Pipeline eu gosto muito, passei um bom tempo de minha vida surfando ali, então é só ter as pranchas certas e pegar as ondas. A previsão é boa e estou concentrad­o e tranquilo para a essa última etapa”, garante.

Além de Wiggolly, Miguel Pupo também vai lutar por pontos para ficar entre os 22 do ranking. Quem também jogará todas as fichas no Pipe Masters é Jordy Smith e Julian Wilson, que podem ser campeões, mas precisam torcer para John John ser eliminado até a terceira fase e Medina não chegar longe. Smith precisa no mínimo de final no Pipe Masters e Wilson só consegue vencendo a etapa. Ambos buscam o primeiro título.

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