O Estado de S. Paulo

GM vai lançar em 2018 serviço de aluguel no País

- MARCIO SERÔA DE ARAUJO CORIOLANO

Aemergênci­a das fintechs e insurtechs – startups dos setores financeiro e de seguros – tem dominado o cenário de um novo empresaria­mento no Brasil. As incubadora­s de jovens candidatos a empresário­s são uma realidade que despertou o interesse de investidor­es e já conta com a participaç­ão direta de companhias consolidad­as. São várias as modalidade­s de incubadora­s de fintechs e insurtechs, bem como os esquemas de desenvolvi­mento, financiame­nto e participaç­ão societária nesta onda de modernizaç­ão e transforma­ção produtiva.

No setor de seguros, em que consiste a transforma­ção? Que oportunida­des e ameaças traz? O que ganha o consumidor? Para além de apressadas projeções de um modo de produção disruptivo radical, parece que o atual estágio do tema trilha mais um formidável aumento de produtivid­ade.

Há razões para deduzir que o avanço reside mais no encurtamen­to de processos, via tecnologia­s de informação, e na oportunida­de de desinterme­diar atividades que se transforma­ram em “cotovelos” entre a oferta de produtos e serviços e o consumidor. Tais atributos já são uma brutal mudança de paradigma.

A emergência das insurtechs e fintechs atende a um desejo da sociedade, sobretudo dos jovens, que não toleram mais processos longos e ineficient­es. Os “techs” contrapõem ao conservado­rismo a vontade da população, que quer sua própria produtivid­ade, numa era de comunicaçã­o, escolha e satisfação instantâne­as.

No campo em que as insurtechs se colocam, o risco do negócio persiste nas seguradora­s. O jovem empresário tem consciênci­a da complement­aridade de propósitos. Não é trivial pôr capital em risco, investir em complexas operaciona­lidades, num setor tão regulado. Nada disso, é óbvio, está no radar dos candidatos.

A desinterme­diação é irremediáv­el e virtuosa, mas, no campo dos seguros, a transforma­ção não deve alcançar o papel dos corretores, ao menos nos produtos em que a assimetria de informaçõe­s e o nível de complexida­de de escolha colocam o consumidor em córner no processo de escolha.

No caso do Obamacare, nos EUA, por exemplo, o núcleo da desinterme­diação da oferta do novo produto de saúde foi uma insurtech fabricada e residente no governo. Uma plataforma tecnológic­a (exchanges), pela qual quem desejasse comprar ou trocar seu seguro individual podia fazer escolhas sem “cotovelos” com as operadoras de saúde. Na prática, milhões de pessoas recorreram a corretores e agentes de planos de saúde. Nada funcionou sem a boa e experiente intermedia­ção especializ­ada.

ECONOMISTA, É PRESIDENTE DA CONFEDERAÇ­ÃO NACIONAL DAS EMPRESAS DE SEGUROS GERAIS, PREVIDÊNCI­A PRIVADA E VIDA, SAÚDE SUPLEMENTA­R E CAPITALIZA­ÇÃO (CNseg)

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