Câmara inicia discussão sobre reforma dia 14
Maia antecipa discussão do texto para pressionar deputados; votação está programada para o dia 18, quatro dias antes do recesso parlamentar
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, disse ao presidente Michel Temer que vai pautar, a partir da próxima quinta-feira, 14, as discussões sobre a reforma da Previdência, segundo apurou o ‘Estado’. Inicialmente, a proposta de emenda à Constituição (PEC) que modifica as regras para se aposentar no Brasil só seria colocada em análise no plenário da Casa na semana do dia 18.
Maia se reuniu ontem com Temer no Palácio da Alvorada. Também estavam presentes o tucano Antonio Imbassahy, que pediu demissão da Secretaria de Governo na sexta-feira, e o deputado Carlos Marun (PMDB-MS), que assumirá o cargo na próxima quinta-feira, 14. Até a posse de Marun, Imbassahy continuará no cargo.
Após a reunião, o único a falar com a imprensa foi o deputado Marun. Ele disse que o governo está confiante na aprovação da reforma ainda neste ano. “Nós tivemos hoje uma boa notícia que o foi o fechamento de questão do PPS. Já são três partidos que decidiram fechar questão. Além do PPS, já tinham fechado questão – o que significa no jargão política obrigar os deputados a votar favoravelmente ao texto, sob risco de punição – o PMDB, partido do presidente e o PTB. Os três partidos possuem juntos 85 deputados. “Temos expectativa em relação aos outros”, disse Marun.
Questionado sobre a possibilidade de o PSDB também se alinhar oficialmente com o governo, Marun disse que “isso é uma coisa para se conversar”. Na convenção nacional do PSDB, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, disse ser “pessoalmente” a favor de a sigla fechar questão, mas que consultará a bancada. “Eu pessoalmente sou favorável. Fiz a reforma da previdência em São Paulo em 2011. Minha posição pessoal é pelo fechamento de questão”, afirmou Alckmin, depois de ser eleito presidente do partido.
“Estamos felizes com as manifestações pró-reforma que aconteceram hoje na convenção do PSDB. A convenção quase se transformou num ato próreforma. O presidente está muito contente, está confiante como todos nós”, afirmou Marun, logo após se reunir com Temer.
Apesar da confiança, o deputado disse que os próximos dias serão de intensa articulação política juntos aos deputados. “Chegamos à conclusão de que tem gente que ainda não tem conhecimento global sobre o que é essa proposta. Ela hoje vai no essencial, que é o estabelecimento de uma idade mínima e no fim dos privilégios.”
Levantamento atualizado neste sábado do Placar da Previdência, feito pelo Estado, mostra que 216 deputados declaram voto contrário à proposta da reforma da Previdência. O governo necessita de 308 votos para a aprovação. Com 205 votos contrários, do total de 513 deputados, o texto é reprovado.
O encontro contou a presença do relator da reforma da Previdência, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), do líder do governo na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) e do ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Moreira Franco.