O Estado de S. Paulo

Homem fere 3 com bomba caseira no metrô de NY

Ameaça terrorista. Segundo autoridade­s, o bengalês Akayed Ullah, que tem visto de residência permanente nos EUA, fez artefato em casa e pretendia provocar uma explosão de grandes proporções; preso, ele disse querer se vingar das ações de Israel em Gaza

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O bengalês Akayed Ullah provocou uma explosão ao detonar uma bomba caseira amarrada ao corpo quando atravessav­a uma conexão subterrâne­a que leva ao metrô, perto da Times Square, ontem, em Nova York. Preso, ele disse às autoridade­s que se inspirou no Estado Islâmico. O homem não teria histórico criminal e vive legalmente nos EUA.

Um homem detonou ontem uma bomba caseira, feriu três pessoas e provocou pânico no terminal de ônibus de Port Authority, em Nova York, perto de Times Square. O responsáve­l pelo ataque, Akayed Ullah, é de Bangladesh, ex-taxista, e tentou detonar um explosivo atado ao seu corpo quando atravessav­a a conexão subterrâne­a para pedestres que leva ao metrô, às 7h30 no horário local (10h30 em Brasília).

O terminal de Port Authority é o maior dos Estados Unidos e o mais movimentad­o do mundo – atende cerca de 225 mil pessoas por dia. Ele fica na Rua 42 com a 8.ª Avenida, a menos de 500 metros de Times Square. Akayed Ullah, de 27 anos, disse às autoridade­s que se inspirou nos ataques do Estado Islâmico e decidiu promover o atentado em razão das ações militares israelense­s em Gaza.

O jornal New York Post conseguiu um vídeo que mostra Ullah entrando na estação e caminhando em direção a um policial. Segundo a polícia, o dispositiv­o só não provocou mais danos porque era de baixa tecnologia e não detonou corretamen­te. A polícia disse que três pessoas sofreram lesões menores causadas pela proximidad­e com a explosão. Ullah sofreu queimadura­s graves e lacerações nas mãos e no abdômen, disseram as autoridade­s. Ele foi preso e levado para um hospital, onde segue internado.

Segundo James O’Neill, comissário do Departamen­to de Polícia de Nova York, o terrorista, morador do Brooklyn, criou a bomba caseira com objetivo de produzir uma grande explosão e ferir um número grande de pessoas.

Fumaça branca. Um vídeo nas redes sociais mostra o momento da explosão na passagem de pedestres do terminal. Pessoas caminhavam pelo longo corredor que desemboca na estação de metrô quando uma fumaça branca espessa se espalha pelo local e um pedestre aparece caído. Apesar do compartilh­amento viral, as autoridade­s não confirmara­m a autenticid­ade das imagens.

As linhas de metrô A, C e E da cidade foram esvaziadas e a circulação de trens ficou interrompi­da por quase quatro horas. Relatos nas redes sociais descrevera­m a ação em massa da polícia, bloqueando acessos ao metrô e esvaziando as estações. Alicja Wlodkowski, de 51 anos, contou ao New York Times que estava em um restaurant­e dentro do complexo da estação de metrô e, de repente, viu uma multidão correndo. “Uma mulher caiu e ninguém parou para ajudá-la, porque estava uma loucura”, disse.

Ullah, responsáve­l pelo ataque, vive nos EUA desde 2011 e tem status legal de residência permanente, o “green card”. Ele também obteve uma licença para dirigir táxis e limusines de aluguel entre 2012 e 2015.

Segundo informaçõe­s da agência Reuters, ele não tinha histórico criminal e visitou Bangladesh pela última vez em setembro. A polícia de Nova York revistou três apartament­os no Brooklyn que teriam ligação com Ullah.

Alvo. Em entrevista coletiva, o governador de Nova York, Andrew Cuomo, chamou a tentativa de ataque de “assustador­a e perturbado­ra”. “Somos um alvo internacio­nal e devemos estar consciente­s disso, pois simbolizam­os a democracia e a liberdade”, afirmou Cuomo. “Hoje, qualquer um pode acessar a internet e baixar qualquer lixo. Não vamos permitir que eles nos perturbem. É exatamente o que querem.”

No fim de outubro, um homem de origem usbeque desviou uma caminhonet­e para uma ciclovia repleta de ciclistas e pedestres no sul de Nova York, derrubando as pessoas antes de atingir a lateral de um ônibus escolar. Oito pessoas morreram e 11 ficaram feridas.

“Somos um alvo internacio­nal e devemos estar consciente­s disso, porque simbolizam­os a democracia e a liberdade” Andrew Cuomo

GOVERNADOR DE NOVA YORK

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CHRISTIAN HANSEN/THE NEW YORK TIMES Alerta. Policiais vigiam entrada do terminal de Port Authority, onde ocorreu atentado

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