Marcola e mais 12 líderes do PCC deixam o RDD
O detento Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, considerado o chefe principal da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), deixou ontem o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) do Centro de Readaptação Penitenciária de Presidente Bernardes, no interior de São Paulo.
Ele e outros 12 presos ligados à facção foram levados de volta à Penitenciária Maurício Henrique Guimarães Pereira, a P2, em Presidente Venceslau, na mesma região.
De acordo com a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), a transferência aconteceu em razão do decurso do prazo máximo de 360 dias em que os presos podem ficar em regime disciplinar especial, conforme a legislação brasileira.
O RDD, criado pelo governo do Estado em 2002, é o regime mais rigoroso do sistema prisional brasileiro. Marcola e os outros presos foram transferidos para o “castigo” após as investigações realizadas pelo Ministério Público Estadual e pela Polícia Civil no âmbito da Operação Ethos, que apurou a existência de um esquema de envolvimento criminoso entre advogados e integrantes da facção.
Na ocasião, ao menos 30 advogados foram presos. A operação revelou, ainda, que Marcola teria outros seis codinomes, usados para transmitir ordens nas comunicações da facção criminosa, e recebia atendimento médico especial na prisão.
No regime diferenciado, os presos ficam em celas individuais, sem acesso a nenhum meio de comunicação e sem direito a visitas íntimas. Eles não têm contato entre si nem com visitantes. O banho de sol é restrito a duas horas por dia.
De acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), a transferência foi realizada sem incidentes. A P2 de Presidente Venceslau é unidade de segurança máxima e está com 813 presos, abaixo da capacidade de 1.280 detentos.
Morto. No último dia 5, o traficante de drogas Edilson Borges Nogueira, o Biroska, foi assassinado a golpes de estilete na P2 por outros dois presos. Um dos maiores líderes e financiadores do PCC, Biroska era responsável pelo tráfico de drogas em Diadema, no ABC Paulista, e pertencera à cúpula do crime organizado.
O assassinato aconteceu em meio à revelação feita pelo procurador de Justiça Márcio Sérgio Christino de que Marcola teria sido informante da polícia, entregando antigos líderes da facção para assumir o poder.