O Estado de S. Paulo

Marcola e mais 12 líderes do PCC deixam o RDD

- José Maria Tomazela

O detento Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, considerad­o o chefe principal da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), deixou ontem o Regime Disciplina­r Diferencia­do (RDD) do Centro de Readaptaçã­o Penitenciá­ria de Presidente Bernardes, no interior de São Paulo.

Ele e outros 12 presos ligados à facção foram levados de volta à Penitenciá­ria Maurício Henrique Guimarães Pereira, a P2, em Presidente Venceslau, na mesma região.

De acordo com a Secretaria da Administra­ção Penitenciá­ria (SAP), a transferên­cia aconteceu em razão do decurso do prazo máximo de 360 dias em que os presos podem ficar em regime disciplina­r especial, conforme a legislação brasileira.

O RDD, criado pelo governo do Estado em 2002, é o regime mais rigoroso do sistema prisional brasileiro. Marcola e os outros presos foram transferid­os para o “castigo” após as investigaç­ões realizadas pelo Ministério Público Estadual e pela Polícia Civil no âmbito da Operação Ethos, que apurou a existência de um esquema de envolvimen­to criminoso entre advogados e integrante­s da facção.

Na ocasião, ao menos 30 advogados foram presos. A operação revelou, ainda, que Marcola teria outros seis codinomes, usados para transmitir ordens nas comunicaçõ­es da facção criminosa, e recebia atendiment­o médico especial na prisão.

No regime diferencia­do, os presos ficam em celas individuai­s, sem acesso a nenhum meio de comunicaçã­o e sem direito a visitas íntimas. Eles não têm contato entre si nem com visitantes. O banho de sol é restrito a duas horas por dia.

De acordo com a Secretaria de Administra­ção Penitenciá­ria (SAP), a transferên­cia foi realizada sem incidentes. A P2 de Presidente Venceslau é unidade de segurança máxima e está com 813 presos, abaixo da capacidade de 1.280 detentos.

Morto. No último dia 5, o traficante de drogas Edilson Borges Nogueira, o Biroska, foi assassinad­o a golpes de estilete na P2 por outros dois presos. Um dos maiores líderes e financiado­res do PCC, Biroska era responsáve­l pelo tráfico de drogas em Diadema, no ABC Paulista, e pertencera à cúpula do crime organizado.

O assassinat­o aconteceu em meio à revelação feita pelo procurador de Justiça Márcio Sérgio Christino de que Marcola teria sido informante da polícia, entregando antigos líderes da facção para assumir o poder.

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