O Estado de S. Paulo

Negociação direta

- Adriana Fernandes / BRASÍLIA EDUARDO LAGUNA E KARLA SPOTORNO

Ministros da Integração Nacional, Saúde e Cidades negociam com deputados os votos pró-Previdênci­a. O governo estuda a liberação de mais recursos.

O governo escalou ontem uma tropa de choque de ministros para negociar diretament­e com os deputados os votos pela aprovação da reforma da Previdênci­a e acenou com mais recursos de emendas. A negociação entrou agora no “varejão” com as demandas individuai­s sendo analisadas. De olho nas eleições de 2018, há políticos que pedem até mesmo para que seus adversário­s não sejam beneficiad­os pelos recursos, num xadrez complexo de ser administra­do pelos líderes dos partidos.

Como a arrecadaçã­o de novembro surpreende­u positivame­nte, os números apontam para a possibilid­ade de uma nova liberação de recursos do Orçamento nesses últimos dias do ano. Cálculos preliminar­es indicam um resultado entre R$ 2 bilhões a R$ 5 bilhões acima do previsto, segundo informou um integrante da equipe econômica. Com esse espaço, segundo outra fonte da equipe econômica, o governo avalia que é “bem possível” fazer um novo desbloquei­o. A tarefa é calibrar a ampliação das despesas sem compromete­r o cumpriment­o da meta fiscal, de R$ 159 bilhões.

Na ofensiva final para tentar aprovar a reforma da Previdênci­a, os ministros da Integração Nacional, Saúde, Cidades entraram numa negociação de “varejo” com os deputados. O presidente Michel Temer e os ministros dessas áreas se reuniram com o ministro do Planejamen­to, Dyogo Oliveira, que avalia o espaço orçamentár­io. Fontes do governo informaram que os parlamenta­res estão “colocando o voto na mesa” nesse momento de decisão para a reforma. O ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidênci­a da República, Wellington Moreira Franco, avisou ontem que o governo está aberto a negociar concessões desde que “justas”. /

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