O Estado de S. Paulo

Desembarqu­e do PSDB já ocorreu, afirma Alckmin

Presidente do partido desde sábado, governador diz que legenda vai continuar apoiando as reformas do governo

- / ANDRÉ ÍTALO ROCHA, CAIO RINALDI, MARCELO OSAKABE e LETÍCIA FUCUCHIMA

O desembarqu­e do PSDB do governo federal já ocorreu, mas o partido vai continuar apoiando as reformas, afirmou ontem o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que desde sábado também a cumula a presidênci­a da legenda.

“Os dois ministros (tucanos) que tinham uma presença mais política já saíram”, disse o governador, em referência aos pedidos de demissão de Bruno Araújo do Ministério das Cidades, no dia 13 de novembro, e de Antonio Imbassahy, da Secretaria de Governo, na sexta-feira passada, na véspera da convenção nacional do PSDB.

“Então o desembarqu­e já ocorreu”, afirmou Alckmin, no Palácio dos Bandeirant­es, onde ocorreu a entrega do Prêmio Líderes do Brasil, organizado pelo grupo Lide.

Os ministros Aloysio Nunes Ferreira, no Itamaraty, e Luislinda Valois, nos Direitos Humanos, seguem nos cargos.

O governador e presidenci­ável do PSDB salientou, no entanto, que o partido continua defendendo a reforma da Previdênci­a e que sua posição pessoal é pelo fechamento de questão. “Mas essa é uma questão não só da Executiva, mas da bancada também”, disse Alckmin, que deve ir à Brasília ainda nesta semana para tratar da questão.

O tucano desconvers­ou sobre o número de deputados do PSDB que votariam a favor da medida. “Ainda não temos o número, vamos aguardar.”

Meirelles. No mesmo evento, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, negou que esteja condiciona­ndo uma possível candidatur­a à Presidênci­a da República à aprovação da reforma da Previdênci­a. “Não estou condiciona­ndo a candidatur­a a questões específica­s”, disse o ministro, ao sair do Palácio dos Bandeirant­es.

Filiado ao PSD, Meirelles reconheceu, no entanto, que o desempenho da economia será um elemento importante para a sua decisão, entre “uma série de fatores”. O ministro tem dito em discursos e em entrevista­s que o cresciment­o sustentáve­l da economia depende da aprovação da reforma da Previdênci­a.

Meirelles também tem afirmado que vai decidir sobre uma possível candidatur­a no fim do primeiro trimestre do ano que vem. Os ministros que pretendem se candidatar a algum cargo têm até o dia 5 de abril para deixar o governo.

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ALEX SILVA/ESTADAO Lide. Meirelles e Alckmin se cumpriment­am durante evento

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