Desembarque do PSDB já ocorreu, afirma Alckmin
Presidente do partido desde sábado, governador diz que legenda vai continuar apoiando as reformas do governo
O desembarque do PSDB do governo federal já ocorreu, mas o partido vai continuar apoiando as reformas, afirmou ontem o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que desde sábado também a cumula a presidência da legenda.
“Os dois ministros (tucanos) que tinham uma presença mais política já saíram”, disse o governador, em referência aos pedidos de demissão de Bruno Araújo do Ministério das Cidades, no dia 13 de novembro, e de Antonio Imbassahy, da Secretaria de Governo, na sexta-feira passada, na véspera da convenção nacional do PSDB.
“Então o desembarque já ocorreu”, afirmou Alckmin, no Palácio dos Bandeirantes, onde ocorreu a entrega do Prêmio Líderes do Brasil, organizado pelo grupo Lide.
Os ministros Aloysio Nunes Ferreira, no Itamaraty, e Luislinda Valois, nos Direitos Humanos, seguem nos cargos.
O governador e presidenciável do PSDB salientou, no entanto, que o partido continua defendendo a reforma da Previdência e que sua posição pessoal é pelo fechamento de questão. “Mas essa é uma questão não só da Executiva, mas da bancada também”, disse Alckmin, que deve ir à Brasília ainda nesta semana para tratar da questão.
O tucano desconversou sobre o número de deputados do PSDB que votariam a favor da medida. “Ainda não temos o número, vamos aguardar.”
Meirelles. No mesmo evento, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, negou que esteja condicionando uma possível candidatura à Presidência da República à aprovação da reforma da Previdência. “Não estou condicionando a candidatura a questões específicas”, disse o ministro, ao sair do Palácio dos Bandeirantes.
Filiado ao PSD, Meirelles reconheceu, no entanto, que o desempenho da economia será um elemento importante para a sua decisão, entre “uma série de fatores”. O ministro tem dito em discursos e em entrevistas que o crescimento sustentável da economia depende da aprovação da reforma da Previdência.
Meirelles também tem afirmado que vai decidir sobre uma possível candidatura no fim do primeiro trimestre do ano que vem. Os ministros que pretendem se candidatar a algum cargo têm até o dia 5 de abril para deixar o governo.