Novo presidente quer reaproximar Santos dos ídolos
Eleito para um mandato até 2020, José Carlos Peres teme contratação de Robinho por causa da acusação de abuso
Presidente eleito para comandar o Santos nos próximos três anos, José Carlos Peres destacou, em suas primeiras declarações após a votação, o desejo de aproximar o clube dos ídolos recentes, caso de Robinho, hoje perto de sair do Atlético-MG. O dirigente destacou, porém, o processo judicial enfrentado pelo jogador na Itália pode levar a nova diretoria a desistir de contratá-lo.
Robinho foi condenado em novembro a nove anos de prisão em primeira instância pela Justiça italiana por “violência sexual em grupo”. Ele nega a acusação e vai recorrer. A acusação se deu por um problema que teria ocorrido em 2013, quando o atacante defendia o Milan, e envolveu uma jovem albanesa em Milão.
Peres admitiu preocupação com a possibilidade de uma eventual condenação definitiva de Robinho atingir a imagem do Santos. “Temos de privilegiar a marca do Santos e trazer as mulheres para o estádio. Mas o Robinho tem todo o direito de se defender e a Vila e o CT são a segunda casa dele. Não abriremos mão da imagem do Santos e temos, inclusive, que expandi-la”, afirmou o dirigente.
Recentemente, torcedoras do Atlético-MG colocaram faixas em frente à sede social do clube, em Belo Horizonte, cobrando um posicionamento oficial da diretoria sobre a condenação de Robinho.
Com contrato até o final de 2017 com o Atlético-MG, Robinho parece estar de saída do clube, pois rejeitou a primeira oferta salarial para renovação do seu vínculo, algo que abriria caminho para o Santos buscar o seu retorno.
De acordo com Peres, ele ainda não sabe se o presidente Modesto Roma Júnior negociava a contratação de Robinho, o que deverá tomar conhecimento nesta semana, quando terá uma reunião para iniciar a transição no comando do Santos. “Temos de preservar imagem do clube, que não pode ser marcada por uma condenação. Espero que o Robinho não seja culpado e ele tem que se defender”, concluiu.
Conciliador. José Carlos Peres tentou adotar um discurso de conciliação nas suas primeiras declarações após ser o escolhido para comandar o clube no triênio de 2018 a 2020. Ao mesmo tempo, porém, avisou que o passado do Santos não está enterrado. Pelo contrário, ele vai realizar uma auditoria das contas do Santos e até das associações recentes ao clube.
Em uma eleição com quatro candidatos, Peres superou Modesto Roma Júnior, que buscava a reeleição, além de Andres Rueda e Nabil Khaznadar. E embora a campanha tenha ficado marcada por alguns desentendimentos, Peres assegurou que espera o apoio dos adversários, além do auxílio do atual mandatário no processo de transição.
“Convido a todos para o governo. É momento de união e humildade para arrumar a casa”, disse. “O Santos entra em uma nova era. Pretendemos unir todos, com humildade, trabalho e trazendo todos juntos, em um barco em que todo mundo reme para frente”, finalizou.