O Estado de S. Paulo

Partidos resistem a obrigar parlamenta­res a votarem a favor

- Igor Gadelha / BRASÍLIA COLABORARA­M VICTOR GOMES, NEILA ALMEIDA E ALINNE CASTELO BRANCO, ESPECIAIS PARA O ESTADO.

Com 106 deputados juntos, PP, PSD e PRB resistem a obrigar seus parlamenta­res a votarem a favor da reforma da Previdênci­a. No caso do PRB, o presidente da legenda, senador Eduardo Lopes (RJ), disse que já está decido que não haverá fechamento de questão, o que no jargão político significa obrigar o voto a favor do texto, sob pena de punição. Com a recusa, as siglas contrariam pedido do presidente Michel Temer, que conta com a medida para alcançar os 308 votos de que precisa para aprovar a matéria na Câmara.

Até o momento, apenas três partidos decidiram obrigar seus parlamenta­res a votarem pela reforma: PMDB, PTB e PPS. O governo esperava que a decisão dos peemedebis­tas inspirasse outras legendas a seguirem o exemplo. “Falei com o presidente do PP, presidente do PSD, agora falei com o presidente do PRB, e estão todos entusiasma­dos para um eventual fechamento da questão”, disse Temer no domingo.

De acordo com o Placar da Previdênci­a, elaborado pelo Grupo Estado, apenas 17 deputados dos três partidos declararam-se a favor da proposta.

Apesar do apelo, o presidente do PRB afirmou que o partido não “fechará questão”. Segundo o dirigente, o partido deve entregar “maioria” dos votos a favor da matéria. Pelas contas dele, se a votação fosse hoje, 60% dos 22 deputados da legenda votariam a favor da reforma e 40%, contra.

Dono da terceira maior bancada da Câmara, com 46 deputados, o PP resiste a fechar questão a favor da reforma da Previdênci­a antes de uma definição sobre a votação. O presidente nacional do partido, senador Ciro Nogueira (PI), informou via assessoria de imprensa que a sigla só vai deliberar sobre o assunto após o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), marcar oficialmen­te a votação em plenário.

No PSD, também não há decisão. “Se a bancada quiser, a gente fecha”, disse o presidente licenciado do partido, o ministro Gilberto Kassab (Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicaçõ­es). Pelas contas dele, mesmo sem fechar questão, o número de votos favoráveis já chegou a 22 dos 37 deputados. /

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**SEM PARTIDO INFOGRÁFIC­O/ESTADÃO

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