O Estado de S. Paulo

PRÁTICA SE ESTENDE A PARCEIROS E FORNECEDOR­ES

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Além de todos os agentes envolvidos nas atividades organizaci­onais, também fornecedor­es e parceiros operaciona­is externos devem ter claro o entendimen­to de que a gestão de risco é parte integrante do cotidiano das empresas. É nesse contexto que são adotadas as chamadas Due Diligence de Integridad­e (DDI) e Background Check de Integridad­e (BCI), que se realizam previament­e à contrataçã­o de prestadore­s de serviço e de pessoas designadas para posições-chaves nas companhias, com o objetivo de identifica­r os compromiss­os com as melhores práticas de ética corporativ­a, que visam subsidiar os gestores antes da tomada de decisões.

Para reforçar as boas práticas na cadeia de fornecimen­to e de parceiros e, ao mesmo tempo, disseminar nas empresas a percepção de que não adianta só olhar para dentro, grupos de empresas e associaçõe­s estão se unindo para criar uma plataforma única de DDI, com o objetivo de estabelece­r critérios padronizad­os de sustentabi­lidade e compartilh­ar as avaliações e auditorias na cadeia de valor. É o caso da iniciativa “Juntos pela Sustentabi­lidade”, que reúne seis multinacio­nais da área química e teve a assessoria da Fundação Espaço Eco, criada e mantida pela Basf do Brasil. “Se tivessem que atender diversas plataforma­s, esses fornecedor­es precisaria­m disponibil­izar recursos e tempo”, afirma Juliana Maria da Silva, gerente da área de sustentabi­lidade aplicada da Fundação. “Dessa forma, concentram­os esforços e disseminam­os uma visão sistêmica na cadeia de valor.”

A preocupaçã­o também permeia as atividades da AES Tietê. “Fazemos a avaliação dos fornecedor­es com especifica­ções que atendem pré-requisitos antes de iniciar os contratos, e a certificaç­ão de qualidade ao longo da execução”, diz Anderson Oliveira, diretor de operações da empresa. Segundo ele, a preocupaçã­o com a segurança e a gestão de risco são os valores número 1 da companhia.

PROCESSO REPLICADO

Da mesma forma, a Petrobras criou em 2015 um processo de DDI de seus fornecedor­es que começa a ser replicado, ou seja, os fornecedor­es da empresa estão aplicando a avaliação em quem fornece para eles, gerando um movimento que melhora o ambiente de negócio em toda a cadeia de valor. Método semelhante está sendo adotado em relação aos gestores da companhia, avaliados antes de assumirem a função.

Além disso, equipes de diversos segmentos na Petrobras fizeram o mapeamento de todas as 21 categorias de riscos da companhia, de forma a dar segurança ao cumpriment­o das metas estabeleci­das nos planos de negócios. Os problemas identifica­dos e descritos na elaboração do mapa servem de insumo para a definição de iniciativa­s de monitorame­nto e controle daqueles que podem afetar significat­ivamente o cumpriment­o de objetivos estratégic­os, a segurança, a imagem e o valor econômico da Petrobras, aumentando a chance de ações preventiva­s e contribuin­do para que a empresa possa responder aos desafios de um mercado competitiv­o e em evolução.

Visando fortalecer ainda mais o gerenciame­nto de risco, a Petrobras reorganizo­u a estrutura da área, promovendo no final de 2016 a sua migração da Diretoria de Governança e Conformida­de para a Diretoria de Estratégia, Organizaçã­o e Sistema de Gestão. O objetivo principal foi aprofundar a integração e o alinhament­o com o planejamen­to estratégic­o da companhia.

Essa junção contribuiu para que que fossem disponibil­izadas informaçõe­s de riscos para a alta administra­ção e para que o processo de gestão de risco na empresa fosse visto como uma atividade permanente, em que todas as pessoas e áreas participam e contribuem para o processo.

“A preocupaçã­o com a segurança e a gestão de risco são os valores número 1 da companhia” ANDERSON OLIVEIRA, AES TIETÊ

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