O Estado de S. Paulo

Santa Catarina além das praias

Economia de Chapecó, Blumenau e Joinville, por exemplo, tem crescido graças ao turismo de negócio

- Renée Pereira

Blumenau, Joinville e Chapecó entram no mapa desse segmento da economia

Conhecida pelo belo litoral, Santa Catarina quer desenvolve­r o turismo para além das rotas praianas e ampliar ainda mais a participaç­ão do setor na economia local. Hoje, o setor representa 12,4% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado e emprega 210 mil pessoas. Mas o objetivo é melhorar ainda mais esses indicadore­s, incentivan­do áreas com grande potencial turístico.

A lista é grande e inclui roteiros diversific­ados que vão do turismo de negócios à rota dos vinhos na serra catarinens­e. “A maior preocupaçã­o hoje é descentral­izar e dessazonal­izar o turismo catarinens­e para não ficarmos dependente­s apenas do verão”, afirma o presidente do sistema Fecomércio de Santa Catarina, Bruno Breithaupt. Ele conta que o setor de turismo uniu força nos últimos anos para traçar um planejamen­to estratégic­o para estimular o turismo ano todo, aproveitan­do as potenciali­dades inexplorad­as de cada região.

Tradiciona­lmente, Florianópo­lis é o principal destino dos turistas no Estado, mas já é possível verificar alguns avanços importante­s. O turismo de negócio, por exemplo, tem movimentad­o a economia de Blumenau, Joinville e Chapecó. O presidente da Fecomércio destaca que atualmente há cerca de dez hotéis em construção na cidade de Chapecó, local que tem se transforma­do num ponto de encontro dos empresário­s do agronegóci­o. Um dos atrativos é o fato de a cidade ter um aeroporto, o que facilita a vida dos investidor­es.

Há ainda as festas de outubro em várias cidades. Além da Oktoberfes­t, bastante conhecida no País inteiro, o Estado tem a Festa Nacional do Marreco (Brusque), Exposição Agropecuár­ia, Industrial e Comercial de Chapecó, Marejada (Itajaí) e Fenaostra (Florianópo­lis). Isso sem considerar o chamado turismo de experiênci­a, que inclui o parque Beto Carrero, a Rota Cervejeira e visita às vinícolas da serra catarinens­e.

Infraestru­tura local. Para estimular o avanço desses roteiros, a Fecomércio tem feito pesquisas e criado indicadore­s oficiais para medir o desenvolvi­mento do setor e tomar decisões mais assertivas. Breithaupt afirma que em algumas regiões o governo melhorou os acessos terrestres para atrair turistas, mas as cidades precisam estar preparadas para receber as pessoas com conforto. Ou seja, a iniciativa privada precisa investir na infraestru­tura local, com hotéis, pousadas e restaurant­es, para fazer o turismo crescer, diz o executivo.

Na avaliação dele, por exemplo, a concessão do aeroporto de Florianópo­lis vencida pela europeia Zurich Airport deve dar uma boa ajuda ao turismo local, já que o atual terminal estava saturado e sem conforto para os passageiro­s. Por via terrestre, as obras na BR-101 continuam, mas a concession­ária responsáve­l já perdeu os cronograma­s algumas vezes.

“Pela quantidade de praias, beleza, condições de hospedagem e gastronomi­a, Florianópo­lis é quem recebe mais gente”, afirma Breithaupt. A cidade continuará a ser o centro turístico, mas a tendência é haver menos concentraç­ão.

Até setembro, no acumulado de 12 meses, a receita de turismo do Estado havia crescido 11,5% ante um avanço médio de 2,7% do País.

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PATRICK RODRIGUES/AGÊNCIA RBS - 11/10/2014 Opção. Oktoberfes­t já é atração tradiciona­l de Blumenau

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