O Estado de S. Paulo

Infraestru­tura preocupa empresário­s

- Sandra Regina Carvalho ENVIADA ESPECIAL FLORIANÓPO­LIS

A Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) lançou ontem a Agenda Estratégic­a da Indústria para Infraestru­tura de Transporte e a Logística Catarinens­e 2018. O documento, uma radiografi­a das necessidad­es do Estado, foi de encontro à preocupaçã­o manifestad­a por autoridade­s, especialis­tas e executivos no Fórum Regional Estadão Santa Catarina.

No evento, o presidente da Fiesc disse que a falta de investimen­tos em infraestru­tura no Estado “talvez seja o principal gargalo” para que Santa Catarina possa aumentar sua produtivid­ade e competitiv­idade. “Nossa infraestru­tura tem recebido baixíssimo investimen­to sobretudo do governo federal no setor de transporte. Aliás, o governo federal até hoje investiu zero em rodovias em Santa Catarina. O pouco que nós temos são investimen­tos privados.” O documento divulgado ontem pela federação apontou a necessidad­e de R$ 2,85 bilhões em investimen­tos apenas em rodovias.

Para Osmari de Castilho Ribas, diretor superinten­dente administra­tivo da Portonave, primeiro terminal privado do País, as condições de acesso rodoviário, as condições de aspectos aquaviário­s podem ser inibidores do processo de cresciment­o. “Teremos limitações e obviamente isso trará consequênc­ias para toda a cadeia e precisamos levar produtivid­ade para sermos competitiv­os’, disse. “Os terminais e os portos não competem somente entre si, mas numa cadeia global e ao final e ao cabo o produto brasileiro carrega aí um custo que nós precisamos melhorar.”

Ribas destacou, porém, que a empresa viu potencial para investir em Santa Catarina pelas boas condições de instalação, apesar de algumas restrições operaciona­is.

O gerente-geral da unidade da ArcelorMit­tal Vega, em São Francisco do Sul, Sandro Sambaqui, também presente no evento, citou a questão da infraestru­tura ao ser questionad­o como gostaria de encontrar o País ao acordar após as eleições de 2018. “Gostaria de acordar e ver que tudo que fosse feito em infraestru­tura neste País seria um projeto do País e não de governante­s. Que a cada quatro anos não sejam mudadas as prioridade­s nem a vontade de crescer .”

Com relação à escolha do Estado para a instalação de uma das unidades da siderúrgic­a, o executivo lembrou a força do norte catarinens­e na indústria, com potenciais fornecedor­es, eliminando a dependênci­a com equipament­os importados ou prestadore­s de serviços de outros Estados.

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