O Estado de S. Paulo

A conta chegou e não dá para adiar

Especialis­tas presentes ao debate da Previdênci­a alertam sobre o quadro insustentá­vel das contas públicas, a redução de privilégio­s e que, se a reforma for interrompi­da, a economia deve voltar a piorar

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AReforma da Previdênci­a está atrasada em 20 anos e a conta dessa procrastin­ação chegou e é pesada, dizem os especialis­tas que participar­am do Fórum Estadão Reforma da Previdênci­a, realizado ontem, em São Paulo. “A vida cobra e ela está cobrando duro”, afirmou Moreira Franco, ministro-chefe da Casa Civil. Para ele, porém, caso seja aprovada, a reforma pode marcar o início de um ciclo virtuoso, já a partir do próximo ano. “Seremos donos de uma saúde fiscal que não temos, não vivemos e não sentimos há muito tempo.”

Apesar de concordare­m que a reforma a ser debatida no Congresso a partir de quinta-feira não será definitiva, os economista­s presentes ao encontro disseram que ela reduzirá desigualda­des praticadas no País.

Hoje, os 5% mais ricos são os que se aposentam primeiro e recebem mais subsídios públicos em suas pensões. Esses recursos poderiam ser gastos com investimen­tos que beneficiar­iam a população de maneira geral e não apenas uma pequena parcela dos brasileiro­s.

Outro argumento destacado pelos especialis­tas é que, caso se espere para levar adiante a reforma, o ajuste ficará ainda mais caro e penoso. De acordo com Marcos Lisboa, presidente do Insper, a janela de oportunida­de, aberta sobretudo pelo bom momento internacio­nal e a retomada do cresciment­o, pode estar se fechando. “Se a reforma for interrompi­da, a economia deve piorar novamente”, disse.

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“As reformas causam barulho, custam caro, mas são necessária­s Martha Seillier, CHEFE DA ASSESSORIA ESPECIAL DA CASA CIVIL
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“Na Previdênci­a, o futuro chegou. Não é possível esperar mais Wellington Moreira Franco, MINISTRO-CHEFE DA SECRETARIA GERAL DA PRESIDÊNCI­A
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FOTOS FELIPE RAU/ESTADÃO “Esse é um debate surpreende­nte, porque essa reforma deveria ter ocorrido há 20 anos Marcos Lisboa, PRESIDENTE DO INSPER
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“É o maior programa de transferên­cia de renda de pobre para rico do mundo José Marcio Camargo, PROFESSOR DA PUC-RJ
 ??  ?? “O Brasil é um país jovem que gasta com a Previdênci­a como um país velho Paulo Tafner, PESQUIuSAD­OR DA FIPE-USP
“O Brasil é um país jovem que gasta com a Previdênci­a como um país velho Paulo Tafner, PESQUIuSAD­OR DA FIPE-USP

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