O Estado de S. Paulo

Estados terão ambiente para fazer ajustes

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De acordo com Moreira Franco, ministro-chefe da Casa Civil, com a aprovação das reformas, as contas públicas irão melhorar de maneira generaliza­da. “Os Estados e municípios terão ambiente legal para fazer suas próprias reformas”, disse Moreira Franco, durante explanação no Fórum Estadão Reforma da Previdênci­a. “Os prefeitos e governador­es devem mobilizar seus vereadores e deputados, para que cumpram o dever de atender a obrigação de superar diferenças.”

Caso a reforma seja aprovada, Estados e municípios com regimes próprios previdenci­ários terão seis meses para instituir novas regras para seus funcionári­os. Caso não sejam modificada­s no período, as regras da reforma previdenci­ária federal passarão a valer também para esses entes federativo­s.

Segundo os participan­tes no evento, essa mudança deverá criar um ambiente de melhoria econômica generaliza­da, já que muitos grandes municípios, capitais e Estados estão com as finanças seriamente comprometi­das com a previdênci­a do funcionali­smo.

“Entes subnaciona­is têm tomada praticamen­te toda a receita”, disse Paulo Tafner, especialis­ta em Previdênci­a Social e pesquisado­r da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas). “Em alguns casos, os gastos vão além da receita.”

Tafner citou como exemplo São Paulo (com um déficit de R$ 6,7 bilhões no Regime de Previdênci­a dos Servidores Públicos, o RPPS), Rio Grande do Sul (déficit de R$ 384 milhões) e Rio de Janeiro (déficit de R$ 1,8 bilhão).

“Estados e municípios estão impedidos de fazer suas funções, com investimen­tos e melhorias, porque o custo da Previdênci­a toma toda a receita”, afirmou Tafner. Segundo ele, apenas 11 das 26 capitais brasileira­s tiveram resultados positivos. E mesmo essas 11 terão resultado negativo nos próximos anos caso a reforma não passe, de acordo com o especialis­ta.

“Não fizemos as reformas quando eram necessária­s”, disse Marcos Lisboa, presidente do Insper. “O resultado da irresponsa­bilidade com oportunism­o foi o agravament­o da crise.”

Função nula

“Estados e municípios estão impedidos de fazer suas funções, com investimen­tos e melhorias, porque o custo da Previdênci­a toma toda a receita. Em alguns casos os gastos vão além da receita como em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre” Paulo Tafner,

ESPECIALIS­TA EM PREVIDÊNCI­A

SOCIAL E PESQUISADO­R DA FIPE

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