O Estado de S. Paulo

Por aprovação, governo se diz aberto a estudar mudanças

Martha Seillier, chefe da Assessoria Especial da Casa Civil, afirma que, mesmo com alterações, premissa continua

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A chefe da Assessoria Especial da Casa Civil, Martha Seillier, disse que o governo está aberto a discutir mudanças na reforma da Previdênci­a para alcançar os 308 votos necessário­s para aprovação da proposta de emenda constituci­onal na Câmara.

Ao participar de fórum do Estadão sobre a reforma, ela pediu, entretanto, que os deputados não atendam a ideia, defendida pela bancada do PSDB, de manter a aposentado­ria especial a servidores que entraram no funcionali­smo antes de 2003. Esses servidores têm direito a se aposentar com o último salário de carreira. “Beneficiar mais esse servidor vai na contramão da proposta de reduzir privilégio­s”, afirmou. Segundo ela, é natural que tal demanda venha das pessoas que veem direitos serem alterados, mas pediu que os parlamenta­res resistam à pressão.

Apesar de a proposta do governo para a reforma da Previdênci­a ter sofrido enxugament­o no Congresso Nacional, Martha considerou que seus pilares permanecem inalterado­s. “Uma das premissas da reforma é dar sustentabi­lidade para a Previdênci­a”, disse. Segundo ela, o Tribunal de Contas da União (TCU) constatou que o sistema previdenci­ário brasileiro ruiu e que não se sustenta. A chefe da Casa Civil também

Um longo caminho A assessora da Casa Civil comentou que muitos países já igualaram a idade mínima de aposentado­ria entre homens e mulheres. Ela lembrou que haverá uma transição de 20 anos

defendeu a regra da reforma da Previdênci­a que obriga a contribuiç­ão previdenci­ária por 40 anos para que se tenha acesso ao benefício integral da aposentado­ria. Citou, como exemplo, que uma pessoa que entra no mercado de trabalho com 25 anos poderá se aposentar com 65 anos com 100% da média de suas contribuiç­ões. Essa seria uma média, segundo ela, “benevolent­e” em relação ao padrão internacio­nal, onde as pessoas levam mais tempo para se aposentar com o benefício integral.

Segundo Martha, mesmo no Brasil as pessoas já se aposentam com taxa de reposição de 76% graças ao fator previdenci­ário, que será extinto se a reforma for aprovada. A assessora da Casa Civil comentou ainda que muitos países já igualaram a idade mínima de aposentado­ria entre homens e mulheres, quando a proposta da reforma em discussão é estabelece­r idades diferentes: 65 anos para homens e 62 anos para mulheres. Ela lembrou que haverá uma transição de 20 anos até se chegar a essas idades mínimas.

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Resistênci­a. Para Martha Seillier, da Casa Civil, pressão para evitar mudanças é natural

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