O Estado de S. Paulo

Independie­nte leva a Sul-Americana

No Maracanã lotado, time fica no 1 a 1 com o Independie­nte e não consegue encerrar jejum de títulos internacio­nais

- Marcio Dolzan / RIO

Time argentino empatou com o Flamengo (1a 1) no Maracanã. Pelo Mundial de Clubes, o Real Madrid venceu o Al Jazira (2 a1) e fará a final com Grêmio.

O Flamengo tinha tudo para salvar seu ano na noite de ontem. Jogou com o apoio de quase 60 mil torcedores e precisava da vitória no estádio aonde vem de longa invencibil­idade. Mas não conseguiu.

Ofensivo, mas sem conseguir criar chances claras de gol, o rubro-negro empatou com o Independie­nte, da Argentina, em 1 a 1 e viu os argentinos fazerem a festa, repetindo o que acontecera em 1995 pela Supercopa. Ao fim, o Flamengo saiu de campo com a sensação de um novo ‘Maracanazo’ e ouvindo sua própria torcida gritar “time sem vergonha”.

Era a chance de conquistar um título internacio­nal pela primeira vez após 18 anos e terminar em alta uma temporada recheada de frustraçõe­s, que começou com a eliminação precoce na Libertador­es, passou por um vice na Copa do Brasil e chegou a uma campanha não mais do que razoável no Brasileirã­o. O único título foi o do Estadual, pouco para um clube que investira pesado em contrataçõ­es.

Dentro de campo, o técnico Reinaldo Rueda deixou em campo Paquetá logo se demonstrou acertada. Além de marcar o gol chorado que abriu o marcador aos 30, o meia era quem mais se movimentav­a no meio campo rubro-negro, ora puxando ataques pela direita, ora ajudando na marcação. Ele também pareceu algumas vezes para auxiliar a defesa, onde o veterano Juan não facilitava para ninguém – nem mesmo para a bola. Conhecido pelo fino trato com que sempre a tratou, ontem ele não se furtou a dar balão.

Do outro lado, o Independie­nte era uma equipe que buscava o gol nos contra-ataques e o título na base da catimba. A vitória por 2 a 1 no jogo de ida fez o time argentino jogar mais concentrad­o, sem afobação e tocando a bola. De quebra, os argentinos precisaram de apenas oito minutos para empatar depois que o Flamengo abriu o marcador, em gol de pênalti de Barco.

Com o tempo correndo contra, o técnico Reinaldo Rueda decidiu arriscar na etapa final. As entradas de Vinicius Junior e de Everton Ribeiro deram ao Flamengo mais força ofensiva, mas ao mesmo tempo deixaram a equipe mais vulnerável. Gigliotti passou a ganhar espaço no meio, e Barco pela direita. O jogo ficou em aberto, e as melhores chances acabaram sendo argentinas. No fim, prevaleceu o empate. A festa foi dos mais de quatro mil argentinos que foram ao Rio. Ao rubro-negros, restou a frustração em 2017.

Pós-jogo. Após a partida, os jogadores do Flamengo não esconderam a decepção. “Perder um título em casa é difícil. Um pecado pelo que fizemos na Sul-Americana”, disse o zagueiro Juan.

Outro defensor, Réver, lamentou os dois vices do time no segundo semestre. “Teria sido um ano bom se nós tivéssemos conquistad­o esses dois títulos (Copa do Brasil e Sul-Americana). A gente fez o gol, mas logo em seguida sofremos o empate em um lance que gerou dúvida. Faltou tranquilid­ade aqui e na Argentina. Pecamos e não conseguimo­s. É frustrante não conseguir”. Paquetá foi outro que deixou o campo entristeci­do. “Dói bastante. A torcida vem, faz essa festa, mas às vezes as coisas não acontecem.”

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FABIO MOTTA / ESTADAO Reide Copas. Jogadores do Independie­nte levantam o troféu e festejam no Maracanã
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