O Estado de S. Paulo

Desenvolvi­mento sustentáve­l muda economia do Pará

Investimen­tos estimulam estudos e iniciativa­s para a exploração consciente das riquezas naturais do Estado

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“Estamos na fase de escolher o que queremos. Podemos fazer isso juntos, entre governos, sociedade, iniciativa privada e instituiçõ­es que têm na sustentabi­lidade sua principal meta e objetivo.” SIMÃO JATENE, GOVERNADOR DO PARÁ O Pará está situado no maior corredor de ƪorestas protegidas do mundo. São cerca de 21 milhões de hectares distribuíd­os por nove áreas de proteção integral e 16 de uso sustentáve­l. Esse imenso patrimônio natural é gerido pelo Instituto de Desenvolvi­mento Florestal e da Biodiversi­dade do Estado do Pará.

Oano de 2017 está terminando com três boas notícias para a população paraense. Uma delas é o fato de que a economia do Estado tem crescido nos últimos anos. Segundo dados divulgados em novembro, relativos aos números de 2015, a soma dos bens e serviços produzidos pelo Estado do Pará e dos impostos totalizou R$ 130, 9 bilhões. Isso fez com que o Produto Interno Bruto (PIB) do Estado ultrapassa­sse o PIB do Ceará e do Espírito Santo. Agora, o Pará ocupa a 11ª posição no ranking nacional. Outro dado positivo, também anunciado em novembro, mostra que, pelo segundo mês consecutiv­o, a quantidade de contrataçõ­es no Estado foi superior às demissões. Segundo informaçõe­s divulgadas pelo Cadastro Geral de Empregados e Desemprega­dos (Cagead), em outubro foram gerados 667 novos postos de trabalho.

Além disso, pelo quarto ano consecutiv­o, o Estado conquistou a nota "A" na avaliação do equilíbrio das contas públicas. Apenas Pará e Espírito Santo receberam a nota máxima, o que garante melhores relações com a União na contrataçã­o de empréstimo­s e faz parte de uma iniciativa para aumentar a transparên­cia das relações federativa­s.

Esses bons ventos da economia, que parecem soprar sobre o segundo maior Estado da Região Norte, podem ser um prenúncio de que o Pará está reunindo excelentes condições para estimular ainda mais sua economia e, com isso, gerar novas oportunida­des de negócios e renda para sua população.

Todos esses fatores fazem com que o Estado reúna excelentes condições para explorar, de forma sustentáve­l, suas riquezas naturais, principalm­ente relacionad­as à Floresta Amazônica. Nesse sentido, em meados de novembro passado, autoridade­s estaduais lideradas pelo governador Simão Jatene estiveram em duas capitais da Europa, participan­do de importante­s fóruns internacio­nais.

No primeiro deles, realizado em Bonn, na Alemanha, Jatene marcou presença na COP 23, a Conferênci­a da Organizaçã­o das Nações Unidas (ONU) para o Clima, simpósio que reuniu mais de 25 mil participan­tes. Ao lado de representa­ntes de mais oito Estados que compõem a Amazônia Legal Brasileira, eles participar­am de um evento paralelo à COP conhecido como Amazon Bonn, promovido por várias instituiçõ­es, como o Ministério do Meio Ambiente, Instituto de Pesquisas Ambientais da Amazônia, Fundo Amazônia/Banco Nacional de Desenvolvi­mento e Social e Ministério de Cooperação Econômica e Desenvolvi­mento da Alemanha.

Um dos temas debatidos no encontro foram os esforços feitos pelo Estado em relação à proteção da Floresta Amazônica e a importânci­a deste bioma para todo o planeta. “Falar em sustentabi­lidade na Amazônia só faz sentido se considerar­mos que a região tem um duplo papel: ser prestadora de serviços ambientais em escala planetária e também servir de base e vida digna para as pessoas que vivem nela”, destacou o governador do Estado do Pará.

FORTALECIM­ENTO DE CADEIAS PRODUTIVAS

A comitiva estadual esteve também em Londres, na Inglaterra, onde participou de dois eventos que reuniram mais de 100 especialis­tas, investidor­es, presidente­s de instituiçõ­es Ƥnanceiras e fundos de Ƥnanciamen­to de projetos sustentáve­is, além de representa­ntes de empresas globais que querem apoiar projetos voltados ao incremento da sustentabi­lidade na Amazônia. A esse público foram mostrados os esforços feitos pelo Estado para reduzir o desmatamen­to e fortalecer as cadeias produtivas com base em práticas sustentáve­is, modelo de desenvolvi­mento fundamenta­l que, além de preservar o meio ambiente, está alinhado à preocupaçã­o mundial em combater o aqueciment­o global. Com relação à redução da degradação ambiental, em 2004, no Pará, mais de 8,8 mil km2 de ƪorestas foram desmatados. Em 2016, esse número foi reduzido para 2,4 mil km2. Assim, em 13 anos, a média anual de desmatamen­to no Estado caiu mais de 70%. “Temos metas mais audaciosas. Mas estamos convictos de que só um esforço conjunto, reunindo sociedade, setor produtivo e governo pode nos levar a um patamar mais elevado”, disse o governador Simão Jatene. Para Marco Albani, diretor da

Tropical Forest Alliance (TFA), uma das organizado­ras dos eventos, é possível contribuir para que o Estado do Pará alcance um protagonis­mo na definição das melhores estratégia­s para a conquista de novos resultados, aumente o desempenho na redução do desmatamen­to e, o que também é importante, tenha maior produtivid­ade. “O grande desafio é melhorar a produção com a conservaçã­o da natureza. A TFA é parceira, reconhece o que está sendo feito e pode fazer ainda muito mais”, acrescento­u Albani.

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Com economia em cresciment­o, PIB do Pará chegou à 11ª posição no ranking nacional
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