EUA terão corte radical de impostos
Donald Trump anuncia que republicanos chegaram a acordo sobre reforma tributária
O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou ontem que os congressistas republicanos na Câmara e no Senado alcançaram um acordo sobre a reforma tributária, aprovada no Congresso há duas semanas. “Se a lei estiver em minha mesa até o Natal, os americanos já pagarão menos impostos a partir de fevereiro”, disse Trump em discurso na Casa Branca.
Um primeiro texto de reforma tributária passou na Câmara dos Deputados no dia 16 de novembro. Duas semanas depois, no dia 2 de dezembro, o Senado aprovou sua versão. Desde então, uma comissão mista de senadores e deputados vinha debatendo a unificação dos textos. O documento final deverá ser votado novamente nas duas Casas, antes de se enviado para a sanção presidencial.
Os republicanos ainda não revelaram o texto completo da lei, mas alguns detalhes foram divulgados. O novo esboço prevê o corte de impostos para empresas de 35% para 21%, como queriam os deputados, e permite que indivíduos deduzam do imposto de renda federal até US$ 10 mil pagos em tributos estaduais.
Entre as propostas aprovadas na Câmara e no Senado está a redução de tributos para uma grande quantidade de milionários, incluindo o fim do imposto sobre herança e a redução da cobrança mais alta de imposto de renda, que cairia de 39,6% para 37%.
Os republicanos acreditam que o alívio tributário para grandes empresas e bilionários aumentaria o volume de contratações e de investimentos, o que aceleraria o crescimento econômico. Se a proposta for aprovada, será o maior corte de impostos em 30 anos nos EUA.
Os democratas, no entanto, dizem que a reforma aumentará o déficit fiscal americano. A dívida nacional, que está em US$ 20 trilhões, cresceria mais US$ 1,4 trilhão ao longo de dez anos. Por maior que seja o impulso econômico dado pelo corte de impostos, segundo eles, não compensaria a perda de arrecadação.
Os congressistas democratas dizem que o objetivo final dos republicanos é equilibrar as contas públicas, no futuro, com o corte de programas sociais. “O governo conseguiu pegar uma lei ruim e torná-la pior ainda”, afirmou o líder democrata no Senado, Chuck Schumer. “Por baixo da escuridão, e com a ajuda da pressão, uma enxurrada de mudanças de última hora vão encher ainda mais os bolsos dos ricos e das grandes corporações com dinheiro.”
Rapidez. “Estamos muito perto de uma vitória histórica”, disse Trump. Durante o anúncio de ontem, o presidente chamou famílias dos Estados de Pensilvânia, Ohio, Iowa e Washington para falar sobre como a reforma beneficiará a classe média – uma tentativa de responder aos ataques da oposição democrata de que as mudanças seriam boas apenas para os mais ricos.
Fontes do governo disseram ontem que o texto final poderia ser votado no início da semana que vem e estaria na mesa do presidente, no máximo, até quinta-feira. Os republicanos têm pressa para aprovar a reforma tributária, especialmente após a derrota de terça-feira, no Estado do Alabama, que terá um senador democrata – o que não acontecia havia 25 anos.
Com a vitória de Doug Jones, que deve assumir em janeiro, a maioria republicana no Senado seria reduzida (mais informações na pág. A14), colocando em risco a aprovação de qualquer texto. O republicano Bob Corker, por exemplo, senador do Estado do Colorado, era um dos mais relutantes, em razão da preocupação com o impacto fiscal da medida.
Além disso, a Casa Branca precisa urgentemente de uma vitória legislativa para concluir o primeiro ano de mandato de Trump, um fator importante que pode afetar as eleições de meio de mandato, no ano que vem.
Pressa
“Estamos muito perto de uma vitória histórica. Se a lei estiver em minha mesa até o Natal, os americanos já pagarão menos impostos a partir de fevereiro” Donald Trump
PRESIDENTE DOS EUA