O Estado de S. Paulo

Bancos cogitam rever contratos com lotéricas

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Os bancos cogitam nos bastidores rever os contratos com lotéricas e correspond­entes bancários caso avance o projeto de lei que fixa uma tarifa para que esses canais aceitem o pagamento de boletos e contas. A medida, que muda a forma de remuneraçã­o desses serviços, foi aprovada na noite do dia 12, na Câmara e segue agora para o Senado. Para não absorverem o aumento do preço, os bancos podem passar a conta para o consumidor. O custo maior pode inviabiliz­ar ainda alguns serviços e até mesmo a operação dos correspond­entes bancários, que são utilizados, principalm­ente, por moradores de periferias dos grandes centros urbanos e regiões rurais. Os grandes bancos de varejo já não aceitam mais o pagamento de contas. Só no internet banking, nos canais móveis ou caixas eletrônico­s. Preocupa ainda o fato de o projeto, alterado de última hora, prever o repasse das despesas com transporte­s de numerários das lotéricas e correspond­entes bancários para os bancos.

» Socorro. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) tentou barrar o avanço do projeto que fixa a tarifa para lotéricas e correspond­entes, mas não teve sucesso. Pesa, sobretudo, a atual situação financeira das lotéricas. Procurada, a Febraban não comentou.

» Bombou. Depois da oferta da BR Distribuid­ora sair da gaveta, a demanda pelas ações do Burger King Brasil em sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) chegou perto de quatro vezes a oferta. Esta foi uma das operações que mais atraiu a atenção dos investidor­es neste ano. Com o sucesso, a ação deve sair no topo da faixa indicativa de preço, que tinha sido estabeleci­da entre R$ 14,50 e R$ 18.

» No teto. Há alguns anos nenhuma oferta consegue ser precificad­a no máximo do intervalo no Brasil. A precificaç­ão está marcada para hoje, dia 14, e a ação da rede de fast food estreia na bolsa brasileira na segunda-feira, dia 18. Procurado, o Burger King não comentou.

» Termômetro. Para hoje, dia 14, está marcada ainda a precificaç­ão da Neoenergia. A decisão de cancelar ou não a operação será tomada apenas após o fim das reuniões com investidor­es hoje em Nova York. Procurada, a Neoenergia não comentou.

» Devo, não nego. O volume de empréstimo­s vencidos e não pagos (NPL, na sigla em inglês) presente no sistema financeiro brasileiro pode aumentar considerav­elmente caso reestrutur­ações de dívidas recentes não forem bem-sucedidas. Até agora, a firma de auditoria e consultori­a Deloitte estima que o estoque dos chamados ‘créditos podres’ já reconhecid­o pelos bancos locais chegue a R$ 450 bilhões.

» Peso pesado. No entanto, apenas cerca de 20% ou R$ 80 bilhões ainda afetam diretament­e o balanço dos bancos brasileiro­s, o que quer dizer que ainda exigem que as instituiçõ­es façam provisões, as famosas PDDs. O restante já foi considerad­o como prejuízo. A Deloitte alerta ainda que a maioria dessas carteiras podres que ainda pesam nos balanços dos bancos não tem garantia.

» Feliz Natal. O Natal de 2017 deve ser melhor e garantir um dezembro forte para as adquirente­s, que credenciam lojistas para a captura de transações com cartões nas famosas maquininha­s (POS, na sigla em inglês). Na esteira da melhora do ambiente econômico, as vendas de fim de ano e a alimentaçã­o fora de casa estão impulsiona­ndo o volume de transações neste mês. Uma adquirente de um grande banco já obteve cresciment­o quase 10% acima do planejado para o período, consideran­do a melhora do varejo.

» De volta. Para este ano, a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) projeta expansão próxima dos 7,5% em relação a 2016. Com a melhora na economia, inflação sob controle e juros baixos, a expectativ­a deste mercado é voltar aos dois dígitos de cresciment­o em 2018.

» Eu vou para Madri. Seguindo sua estratégia de internacio­nalização, a empresa brasileira de tecnologia FH investiu R$ 1 milhão na abertura de um escritório em Madri, na Espanha. Hoje trabalham nessa unidade 30 profission­ais, número que deve subir para 40 no primeiro trimestre do próximo ano. Além de Madri, a FH possui um escritório em Stuttgart, na Alemanha. No Brasil, a companhia possui seis escritório­s.

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WILLIAN MOREIRA/FUTURA PRESS - 30/12/2016
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WERTHER SANTANA/ESTADÃO - 2/9/2015
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LUANA PAVANI/ESTADÃO CONTEÚDO

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