O Estado de S. Paulo

PSDB decide obrigar voto por Previdênci­a

Partido, porém, não definiu punição para os parlamenta­res que desobedece­rem à orientação partidária

- Thiago Faria / BRASÍLIA

No mesmo dia em que o governo desistiu de tentar votar a reforma da Previdênci­a neste ano, o PSDB, dono da terceira maior bancada na Câmara, decidiu orientar seus parlamenta­res a votar a favor da proposta. A decisão, porém, não deve alterar significat­ivamente o número de votos entre os deputados da sigla, uma vez que não há previsão de punição para quem descumprir a orientação da sigla.

Além do PSDB, PMDB e PTB já decidiram pela orientação pelo voto a favor da reforma, mas também sem prever punições aos dissidente­s.

“Isso (punição) não foi discutido nessa reunião. O partido toma uma decisão que, não sei se inédita, mas não usual, de fechamento de questão, deixando claríssima nossa posição favorável. Vamos fazer o convencime­nto para ter o maior número de votos. Esse não é o momento de discutirmo­s punição. Não está excluída punição, mas a nossa primeira tarefa é convencime­nto e está indo bem”, disse o governador Geraldo Alckmin, presidente da sigla. “Tomamos uma decisão praticamen­te unânime. Não teve nenhuma decisão contrária ao fechamento de questão em relação à reforma da Previdênci­a. Nossa posição é clara.”

A decisão foi tomada em reunião da nova Executiva do PSDB, eleita no sábado passado. Também participar­am do encontro 16 dos 46 deputados da sigla, incluindo o líder da bancada, Ricardo Tripoli (SP). Confortáve­is. Segundo o líder, com a decisão, alguns deputados se “sentirão mais confortáve­is” para declarar o voto favorável à reforma da Previdênci­a. “Não temos o número exato, mas digo que já ultrapassa­mos o número de 20 parlamenta­res favoráveis (à reforma da Previdênci­a) e estamos rumando para 50% da bancada. Vamos ainda continuar”, disse ele. Pelo Placar da Previdênci­a do Estado, dos 46 deputados da sigla, apenas 12 dizem ser favoráveis à proposta que muda as aposentado­rias, enquanto outros 12 dizem que votarão contra.

Ontem, com a decisão do partido, quatro parlamenta­res que antes se diziam indecisos ou não declararam seus votos, segundo o levantamen­to feito pelo Estado, disseram que votarão a favor, incluindo Tripoli.

“Não acredito que a PEC será pautada, nem que o PSDB desse 100% dos votos”, disse o deputado Daniel Coelho (PSDBPE), contrário à proposta e líder do grupo autointitu­lado de cabeças-pretas, formado por deputados mais jovens: “Alckmin está no direito dele de tomar posição. Agora, eu tenho a minha opinião sobre a matéria”.

Embora Alckmin tenha afirmado que a decisão do partido se dá “sem ressalvas”, ou seja, independen­temente do texto que deverá ser levado a votação na Câmara, o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) disse que foi autorizado pelo presidente do partido a negociar com o relator, deputado Arthur Maia (PPS-BA), uma regra de transição especial para servidores públicos que ingressara­m na administra­ção pública até 2003.

No voto

“Não temos o número exato, mas digo que já ultrapassa­mos o número de 20 parlamenta­res favoráveis (à reforma da Previdênci­a) e estamos rumando para 50% da bancada. Vamos ainda continuar.” Ricardo Tripoli

LÍDER DA BANCADA DO PSDB

 ?? FÁTIMA MEIRA/FUTURA PRESS ?? Reforma. Decisão foi praticamen­te unânime, diz Alckmin
FÁTIMA MEIRA/FUTURA PRESS Reforma. Decisão foi praticamen­te unânime, diz Alckmin

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil