O Estado de S. Paulo

Demora nas estradas

Infraestru­tura. Entre os projetos pendentes, estão o trecho norte do Rodoanel e a nova Tamoios Contornos, no litoral norte, e a duplicação de trecho da Régis Bittencour­t, estrada federal. Expansão da malha não acompanhou aumento da frota, diz especialis­ta

- José Maria Tomazela SOROCABA

Às vésperas das férias de verão, o Estado de São Paulo ainda tem pelo menos dez obras viárias com mais de um ano de atraso. Se estivessem prontas no prazo, as vias já poderiam reduzir congestion­amentos, frequentes nesta época do ano. Entre os projetos pendentes, estão obras importante­s, como o trecho norte do Rodoanel e a Nova Tamoios Contornos. Já outra da lista – a duplicação da estrada federal Régis Bittencour­t na região da Serra do Cafezal – é prometida para até a próxima semana.

Segundo o governo estadual e a concession­ária responsáve­l pela Régis, a Arteris, parte dos atrasos se deve a questões ambientais e desapropri­ações. Além disso, diz o governo, houve efeitos negativos da crise econômica no ritmo das obras.

O projeto da Nova Tamoios Contorno, com pista dupla entre São Sebastião e Caraguatat­uba, no litoral norte, foi licitado

em 2012. A entrega deveria ter sido feita há um ano. O primeiro de quatro lotes deve ser entregue até junho. Os outros três lotes, até o fim de 2018.

O trecho norte do Rodoanel, com 47,6 km de extensão, era para estar pronto em fevereiro de 2016. A nova previsão é de que a rodovia seja totalmente liberada ao tráfego só no fim de 2018. Se for cumprido o prazo, o Rodoanel será concluído 20 anos após o anúncio do projeto.

O trecho da Serra do Cafezal,

na altura de Miracatu, tornou a Régis Bittencour­t, que liga São Paulo ao Sul do País, conhecida como “rodovia da morte”, pelo alto número de acidentes. Em 2016, houve uma morte a cada 3,7 km da serra, segundo a Polícia Rodoviária Federal.

A duplicação do último trecho será entregue na próxima semana, com cinco anos de atraso. Obras para melhorar a via são discutidas desde a década de 1970. “Está tudo pronto. Estamos só testando a iluminação

dos túneis. Será um presente de Natal para São Paulo”, diz o superinten­dente da concession­ária Arteris, Nelson Bossolan. O processo de licenciame­nto da obra na serra, um dos mais longos do País, foi refeito várias vezes para preservar a fauna local e pequenas nascentes.

Entre as obras atrasadas, além da Régis, há outro projeto federal: a duplicação da rodovia Transbrasi­liana, a BR-153. Atualmente, está sendo duplicado um trecho de 2,8 km, entre São José do Rio Preto e Bady Bassit, no interior paulista, mas quase todo o resto continua em pista simples. Procurado, o Ministério dos Transporte­s não se manifestou. Sobrecarga. “Nos últimos dez anos, a frota quase dobrou e não houve expansão equivalent­e da malha. Rodovias importante­s estão saturadas porque recebem tráfego para o qual não foram dimensiona­das, o que fica evidente em períodos de grande demanda”, diz o diretor da Confederaç­ão Nacional de Transporte­s, Bruno Batista.

A frota paulista é de 28,9 mil veículos – em 2008 eram 18,4 mil, segundo o Departamen­to Estadual de Trânsito (Detran).

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Túnel da Régis Bittencour­t que será entregue até a próxima semana, cinco anos após o prazo. No Estado há pelo menos dez obras de rodovias atrasadas há mais de um ano. EPITACIO PESSOA/ESTADÃO
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FELIPE RAU/ESTADÃO–27/10/2017 Espera. Obras no trecho norte do Rodoanel, que tem 47,6 km de extensão, deveriam ter sido concluídas no ano passado

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