O Estado de S. Paulo

Visões antagônica­s sobre o futuro do ensino gratuito

-

Ofuturo da gratuidade universitá­ria impulsiona­da pela presidente socialista Michelle Bachelet dependerá do vencedor da eleição de domingo entre o empresário Sebastián Piñera e o jornalista de esquerda Alejandro Guillier.

Piñera é partidário de manter a gratuidade só para os cerca de 260 mil beneficiár­ios atuais (14% dos matriculad­os na universida­de). Guillier espera ampliar o benefício aos 70% com menos recursos e apoia um projeto de lei que se tramita no Congresso e estabelece parâmetros de cresciment­o econômico para chegar à gratuidade universal até 2020.

Em 1981, a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990) criou uma Lei Orgânica de Educação que possibilit­ou a criação de universida­des privadas y desmantelo­u a educação pública gratuita. Desde então, nenhum universitá­rio chileno pôde voltar a estudar grátis, devendo recorrer a créditos para financiar seus estudos.

Em um país que neste ano só crescerá 1,4% – seu menor registro em oito – é possível garantir gratuidade a quase um milhão de universitá­rios? Piñera não crê que o Estado deva financiar a educação dos mais ricos e afirma que “coisas grátis geram menor compromiss­o”. Em uma flexibiliz­ação em relação ao primeiro turno, entretanto, ele prometeu gratuidade para 90% do alunos de institutos técnicos. Outro tema central são as dívidas de US$ 8 bilhões em crédito educativo. Guillier pretende perdoar a dívida dos 40% mais pobres. Piñera só aceita reduzir os juros.

É JORNALISTA

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil