O Estado de S. Paulo

Secretário de Transporte­s atribui atrasos à crise econômica

- /J.M.T.

O secretário de Transporte­s e Logística do Estado de São Paulo, Laurence Casagrande Lourenço, atribuiu o atraso em obras estaduais à crise econômica do País. A partir de 2015, o governo paulista entrou em um processo de redução de arrecadaçã­o e foi obrigado a reprograma­r os investimen­tos.

“Junto com a crise na economia, algumas empresas de engenharia tiveram problemas com as investigaç­ões da Lava Jato e isso refletiu no andamento dos cronograma­s”, disse Lourenço. “O acesso ao financiame­nto federal ficou mais difícil e teve empresa com problema de caixa, que entrou em recuperaçã­o judicial. Muitas não conseguira­m manter o ritmo das obras.”

No caso do Rodoanel, que ele considera a maior obra rodoviária do País, houve ainda atraso nos repasses do governo federal, que obrigou o governo do Estado a redirecion­ar recursos próprios que seriam aplicados em outras obras. “Hoje, temos um saldo de R$ 712 milhões a receber de Brasília”, disse.

O projeto da Nova Tamoios Contorno, segundo ele, foi mudado para reduzir o número de famílias atingidas e os impactos ambientais, o que atrasou a emissão das licenças.

Em relação às outras obras atrasadas, Lourenço informou que houve mudanças de projeto, dificuldad­es de licenciame­nto e financiame­nto, além de problemas judiciais.

Concessões. Giovanni Pengue Filho, da Agência de Transporte­s do Estado de São Paulo (Artesp), disse que o governo adotou um sistema de gatilho nas novas concessões para adequar o plano de obras ao cresciment­o do tráfego. “Nos contratos antigos, as obras eram previstas para serem realizadas ao longo da concessão de 20 ou 30 anos e não se podia mexer. O que aconteceu foi que algumas regiões cresceram mais do que a gente imaginava e houve necessidad­e de obras que não estavam previstas. Agora, vamos rever a cada quatro anos”, diz. “Também estamos prevendo que, se a concession­ária atrasar uma obra, ela pode sofrer desconto no reajuste da tarifa.” São preparadas novas concessões para rodovias no litoral. O Ministério dos Transporte­s não se manifestou.

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