Câmara aprova projeto que fecha Minhocão nas férias
A Câmara Municipal aprovou anteontem um projeto de lei que cria o Parque Minhocão no Elevado Presidente João Goulart, no centro da cidade. O texto prevê que, 30 dias após a entrada em vigor, o viaduto fechará para carros duranto todo o sábado e, em 90 dias, fechará mais cedo durante a semana – às 20 horas, no lugar de fechar às 21h30 como ocorre atualmente. Dentro de seis meses, o fechamento será durante todos os meses de janeiro e julho, coincidindo com as férias escolares. A entrada em vigor das mudanças ainda depende de manifestação do prefeito João Doria (PSDB). Ele tem prazo de 30 dias e pode aprovar o projeto, vetar parte do texto ou vetar a nova legislação por completo.
O texto prevê que a Prefeitura deve promover eventos culturais, esportivos e de lazer no elevado, ficando obrigada a fazer eventuais ajustes na estrutura para garantir a segurança.
O projeto dá prazo de dois anos para a Prefeitura apresentar um Projeto de Intervenção Urbanístico (PIU) para a área ao redor do parque, e ainda instrumentos de controle e captura da valorização imobiliária decorrente das intervenções que serão feitas na região. Um conselho gestor do parque será nomeado pelo Executivo.
Reações. Autor do projeto, o vereador José Police Neto (PSD) disse que a medida é uma “grande vitória” para a cidade. O Plano Diretor do município prevê que, em 20 anos, nova destinação para a estrutura tem de ser apresentada – seja o desmonte ou criar um parque.
Membro do movimento Desmonte o Minhocão, o líder comunitário Francisco Machado criticou a medida. “Se os carros não podem passar por cima, vão fazer o quê? Passar por baixo”.
Já o engenheiro Athos Comolatti, do movimento Parque Minhocão, afirmou que a solução de intercalar o tempo maior de abertura do viaduto para pedestres sem retirar de vez o uso da via para o transporte de veículos é “de bom senso”.
Para ele, o fechamento às 21h30 era “muito tarde” para quem quer usar o elevado para esportes e lazer. “O fechamento nos meses de férias é algo que não estávamos pedindo. Mas, se a Prefeitura fizer o trabalho necessário, poderá ser uma coisa boa. O projeto trouxe uma solução ponderada”, argumenta Comolatti. O texto foi aprovado em votação simbólica.