Tumulto no Maracanã termina com 16 flamenguistas detidos
Maior parte foi detida por invasão do estádio, mas no entorno a Polícia Militar registrou roubos, cambismo e estelionato
Os tumultos registrados no Maracanã e em torno do estádio na decisão da Copa Sul-Americana entre Flamengo e Independiente resultaram na detenção de 16 pessoas na noite da última quarta-feira. Treze delas eram integrantes de organizadas do clube carioca. A maior parte foi detida por invasão ao estádio, mas a Polícia Militar registrou ainda casos de roubo, cambismo e estelionato. Um homem foi detido com dez explosivos.
Entre os envolvidos na confusão, quatro tiveram prisão preventiva decretada por crime de roubo. Os demais torcedores responderão em liberdade ou tiveram suas penas abrandadas após admissão de culpa. Um torcedor que pousou no gramado de paraquedas minutos antes do jogo sem autorização foi multado em R$ 10 mil por invasão.
Durante o tumulto um policial foi ferido com uma garrafada na cabeça e outro teve ferimento na mão. Uma viatura de polícia foi apedrejada. Os policiais foram encaminhados ao Hospital Central da Polícia Militar (HCPM) e passam bem.
A Supervia, responsável pela circulação de trens na região metropolitana, informou que flamenguistas depredaram seis composições. Ao todo, 54 janelas e uma luminária foram arrancadas e um visor de TV foi quebrado. Apenas um dos trens foi recuperado a tempo de ser utilizado na manhã de ontem.
Para conter a confusão, os policiais militares utilizaram bombas de gás, spray de pimenta, balas de borracha e jatos d’água. Em meio às cenas de guerra, famílias com crianças tentavam se proteger. Jogadores do Flamengo tiveram de esperar dentro do estádio até os ânimos se acalmarem do lado de fora.
O Ministério Público (MP) do Rio exigiu apuração rigorosa do caso. O órgão expediu ofícios e imagens de TV a delegacias de polícia, CBF, Conmebol e ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), inclusive com cenas do tumulto provocado em frente a hotéis da Barra da Tijuca e de Copacabana na véspera. O Independiente também divulgou nota informando que cobrará providências da Conmebol, que não descarta punição ao clube brasileiro.
Em nota, o Flamengo expressou sua “indignação” com os episódios de violência e citou a “infiltração de desordeiros” entre a torcida. O clube classificou os atos de violência como “ação de selvagens”. O Consórcio Maracanã não informou o prejuízo na arena, que teve portões, catracas, grades e assentos danificados. Os reparos serão arcados pelo Flamengo.