O Estado de S. Paulo

Para PT, ‘jogo’ não acaba em 24 de janeiro

- Ricardo Galhardo

A cúpula petista fez um esforço ontem, no início da reunião do diretório nacional da legenda, em São Paulo, para tentar acalmar o partido diante da decisão do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4) de marcar para o dia 24 de janeiro o julgamento do processo que pode tornar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva inelegível.

Com ajuda de advogados que fizeram explanação ao diretório, o PT tenta emplacar a narrativa segundo a qual o processo criminal no qual Lula foi condenado a 9 anos e 6 meses de prisão e o da inelegibil­idade são procedimen­tos jurídicos de trâmites distintos. A viabilidad­e eleitoral de Lula só começa a ser debatida a partir de 15 de agosto de 2018, quando encerra o prazo para inscrição das candidatur­as na Justiça Eleitoral.

A direção petista tenta evitar especulaçõ­es sobre um possível plano “B” caso Lula seja barrado pela Justiça. Além disso, busca conter insatisfaç­ões internas em função das dificuldad­es de articulaçã­o de alianças regionais causadas pela inseguranç­a em relação à candidatur­a e ganhar tempo com possíveis aliados assustados com a marcação da data para o julgamento do petista. “Só para deixar claro, não estamos discutindo alternativ­as. Nosso candidato é Lula e não temos plano ‘B’”, disse a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR).

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