UE autoriza 2ª fase da negociação com o Reino Unido.
A União Europeia deu ontem sinal verde para a próxima etapa do processo de saída do Reino Unido do bloco. As negociações agora devem tratar da transição e do relacionamento comercial. Reunidos em Bruxelas, líderes dos 27 países-membros seguiram a recomendação da Comissão Europeia, que há uma semana deu por encerrada a primeira fase das negociações, que avançou três questões: o direito dos expatriados, o pagamento de compromissos assumidos por Londres e a manutenção de uma fronteira aberta entre Irlanda e Irlanda do Norte.
A segunda fase das conversas começa em março. De acordo com a primeira-ministra britânica, Theresa May, a saída do bloco está marcada para 29 de março de 2019. Na quarta-feira, May sofreu uma derrota política, quando o Parlamento aprovou uma emenda que exige a submissão de um acordo final à aprovação legislativa – o que pode atrasar o processo e enfraquecer a posição da premiê.
Ontem, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, parabenizou May pelo avanço nas negociações, mas alertou que a pior parte começa agora. “Eu não tenho dúvidas de que o teste real da nossa união será a segunda fase das negociações do Brexit”, disse Tusk.
Desde o referendo que aprovou o Brexit, em junho de 2016, o maior temor dos britânicos é com o futuro de Londres. Analistas estimam que pelo menos 10 mil empregos no setor financeiro mudem para outros países se a UE negar – como parece – acesso do Reino Unido ao mercado único.
Os serviços financeiros contribuem com cerca de US$ 160 bilhões, cerca de 7% do PIB britânico. Os setores financeiro e de seguros são os que mais pagam impostos e empregam 1 milhão de pessoas. Mas, com o Brexit, muitos bancos, seguradoras e gestoras de ativos já estariam de malas prontas para outras cidades europeias. Se Bruxelas impuser o fechamento total do mercado europeu – o chamado “Brexit duro” –, estimase que a City perderia mais de US$ 50 bilhões.