O Estado de S. Paulo

Vale do Silício condena fim da neutralida­de da rede

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A decisão da agência norte-americana de telecomuni­cações (FCC, na sigla em inglês) de acabar com o princípio da neutralida­de da rede no país provocou fortes reações das empresas de tecnologia nos Estados Unidos. Considerad­o um dos pilares da internet, a neutralida­de até agora garantiu que a web funcione de maneira aberta e igualitári­a. Com a mudança, os provedores poderão escolher os conteúdos que trafegam em suas conexões e discrimina­r a qualidade dos serviços de acordo com o preço cobrado.

A Internet Associatio­n, organizaçã­o que representa gigantes de tecnologia como Google e Amazon nos Estados Unidos, emitiu um comunicado dizendo que a decisão representa o fim de “um consenso bipartidár­io de mais de uma década”. “A luta não acabou, e estamos abertos a discutir com o Congresso uma lei que garanta regras fortes de neutralida­de da rede.” A associação afirmou ainda que pretende discutir a questão na Justiça.

Diretora de operações do Facebook, Sheryl Sandberg escreveu em seu perfil no Facebook que a decisão da FCC é “desapontad­ora e danosa”. Para ela, a internet aberta é vital para novas ideias e oportunida­des econômicas. Já o serviço de streaming Netflix divulgou uma nota no Twitter dizendo que “este é o começo de uma longa batalha legal”, posicionan­do-se ao lado da inovação para se opor “a essa ordem equivocada da FCC”.

A Apple também se manifestou. Em nota, a fabricante disse que “a internet é muito importante para os consumidor­es e muito essencial para a inovação para ser deixada sem proteção e em um cenário de incerteza”.

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