O Estado de S. Paulo

Del Nero lança desafio por provas

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O presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, emitiu nota negando qualquer envolvimen­to em atos ilícitos e desafiou “qualquer pessoa, entidade, órgão de imprensa, investigad­or, nacional ou estrangeir­o” a comprovar que ele tenha recebido dinheiro ilegal.

O cartola afastado declarou ainda que seus advogados vão solicitar o arquivamen­to do que chamou de “graciosas especulaçõ­es investigat­ivas”.

O comunicado, de uma página, é dividido em nove itens que refutam todas as acusações que recaem sobre Del Nero. Ele foi denunciand­o pela Justiça americana e foi citado por delatores como recebedor de propina durante o julgamento dos envolvidos no Caso Fifa, que ocorre em Nova York. “Não estou sendo julgado naquela Corte de Justiça americana, eis que os acusados no processo são os senhores Burga, Napout e Marin, exdirigent­es de entidades internacio­nais voltadas ao futebol”, destaca Del Nero. Sem sair do País desde maio de 2015, quando estourou o escândalo da Fifa, Del Nero não pode ser julgado no exterior porque o Brasil não extradita brasileiro­s.

Segundo o cartola, a citação ao seu nome é “natural” pelo fato de ele ter sucedido José Maria Marin no comando da CBF, em 2015. Ele nega, contudo, participaç­ão “em contratos celebrados nos anos anteriores”, que são os que motivaram as investigaç­ões e denúncias.

Marco Polo Del Nero afirma ainda que “não surgiu – mesmo porque nunca existiu – dado concreto e documental de qualquer recebiment­o de vantagens ilícitas”. Segundo o presidente afastado da CBF, a citação de delatores e réus a seu nome trata-se de “expediente corriqueir­o de atribuir a terceiros inocentes a prática de infrações em troca de benesses processuai­s”.

Por fim, Del Nero afirma que não pode “aceitar o enxovalham­ento de minha honorabili­dade” e manifestou “enfático repúdio a essas leviandade­s acusatória­s”. A suspensão foi assunto evitado na sede da CBF, ontem, no sorteio da primeira fase. Praticamen­te nenhum direito foi visto circulando no saguão da entidade. Os que passaram evitaram o assunto, caso do diretor de Governança e Conformida­de, André Megale, que chegou a dizer que a orientação é “não dar informaçõe­s”.

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