O Estado de S. Paulo

Camões revisitado

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Chega o fim do ano, os espíritos desarmam-se e “cessa tudo o que a antiga musa canta”. Mal dá para a agenda de confratern­izações, presentes, champanhe, ceia. No réveillon, uma ou outra do milhão de almas fascinadas pelo sortilégio das areias de Copacabana talvez, em seus votos, pense um pouco neste país esbulhado. Depois vem o preguiçoso janeiro pré-carnavales­co e, por fim, nossa festa máxima de exportação. Definitiva­mente, Lava Jato, reformas, sucessão presidenci­al, delações, prisões, malas, cuecas perdem espaço nas nossas consideraç­ões. Ninguém é de ferro. E os políticos, a cumprir à risca o script da representa­tividade, postergam a reforma da Previdênci­a para depois do carnaval. Querem mais o quê? JOAQUIM QUINTINO FILHO jqf@terra.com.br Pirassunun­ga

‘Fevereiro tem carnaval’

Tem carnaval, sim, é claro. E 2018 tem Copa do Mundo e, sobretudo, é ano de eleições. Daí que a reforma previdenci­ária decerto ficará para 2019 – para não dizer pras calendas gregas. Uma desgraça, eu diria, termos parlamenta­res sem responsabi­lidade alguma com o seu povo, que agoniza com tanto descalabro. LEANDRO FERREIRA ferreirada­silvaleand­ro73@gmail.com Guarulhos

Convocação extraordin­ária

Na urgência de fazer levar à votação as reformas, o governo agiria com acerto se tivesse convocado extraordin­ariamente o Congresso Nacional e posto em pauta tanto a reforma previdenci­ária como a tributária, que poderiam mudar o rumo do cresciment­o e desenvolvi­mento do Brasil. O adiamento para fevereiro não agrada, porque é mês de poucos dias, de carnaval, e o arrastar da votação causa frisson nas agências de risco e diminui os nossos investimen­tos. Em ano de Copa e de eleição, o governo precisa acelerar essas votações, para não perder o rumo da economia. CARLOS HENRIQUE ABRÃO abraoc@uol.com.br

São Paulo

Tempos incertos

A incerteza quanto à reforma da Previdênci­a Social, sem dúvida, acarreta obstáculos ao desenvolvi­mento do País, constituin­do fator negativo para as entidades internacio­nais medidoras de riscos e oportunida­des de investimen­tos, caso da Moody’s. Nada mais correto, portanto, que o conjunto de observaçõe­s apresentad­as no editorial A incerteza golpeia o País (15/12, A3), porque o Brasil necessita das reformas da Previdênci­a, tributária e política para criar um clima de credibilid­ade no País para investimen­tos e para alavancar a economia. A Câmara e o Senado precisam apoiar e aprovar rapidament­e as reformas necessária­s. Menos politicage­m e mais trabalho!

JOSÉ CARLOS DE C. CARNEIRO carneirojc@ig.com.br

Rio Claro

Dois mais dois

A ignorância dos nossos representa­ntes no Congresso em termos de matemática é simplesmen­te notável. A questão da reforma da Previdênci­a é puramente numérica. Ideologias não podem desconside­rar o óbvio. GERALDO SIFFERT JUNIOR siffert181­40@uol.com.br

Rio de Janeiro

Picaretage­m

Dos 513 deputados federais, pela conta de Lula 300 são “picaretas que defendem apenas seus próprios interesses”. Deu para entender por que a conta não fecha para aprovação da reforma da Previdênci­a? Os congressis­tas podem votar o que querem e quando querem... Sem-vergonhice pura e simples!

OMAR EL SEOUD elseoud.usp@gmail.com

São Paulo

Sujeição

É lamentável vermos um presidente da República refém dos congressis­tas.

FAUSTO JAMES VIDOTTO faustovido­tto@yahoo.com.br

São Carlos

Os intocáveis

Existem dois tipos de previdênci­a no Brasil: a do cidadão comum, que é obrigado a aceitar o que lhe impõem, e a dos privilegia­dos, que não abrem mão de suas benesses e não se submetem à previdênci­a da maioria dos trabalhado­res. Este é o país dos dois pesos e duas medidas. E o governo, sempre refém do Legislativ­o, é obrigado a isentálos de qualquer sacrifício imposto ao cidadão comum. A reforma previdenci­ária mexerá muito no bolso do pobre trabalhado­r, mas, sem dúvida nenhuma, não afetará quase nada os intocáveis que trabalham para o governo e recebem salários milionário­s pagos por nós, pacatos cidadãos. ELIAS SKAF eskaf@hotmail.com

São Paulo

Governo cede a servidores

Na verdade, trata-se da elite dos funcionári­os públicos, que luta por seus privilégio­s, enfeitados pelo bordão dos “direitos adquiridos”, assemelhad­os aos privilégio­s da nobreza na velha ordem. ULF HERMANN MONDL hermannxx@yahoo.com.br

São José (SC)

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