O Estado de S. Paulo

Samsung e LG travam ‘guerra’ por smartphone­s dobráveis

Empresas registram patentes e exibem seus protótipos em feiras para tentar vencer corrida pela tecnologia

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As sul-coreanas Samsung e LG são as companhias que mais têm investido nos últimos anos nas telas flexíveis. Elas têm uma vantagem competitiv­a em relação a outras marcas de smartphone­s do mercado, uma vez que fazem parte de grandes grupos empresaria­is que também fabricam displays.

Entre as patentes registrada­s pela Samsung este ano há uma tela infinita, dobrável no meio e que provavelme­nte foi criada para ser aplicada aos híbridos de smartphone e tablet fabricados pela empresa. Outra patente registrada é de um display flexível em formato de bracelete, mas com tamanho maior que os relógios inteligent­es comerciali­zados atualmente.

Já a LG tem apostado em patentes de tecnologia­s combinadas, como o display flexível com realidade aumentada – que permite sobrepor objetos virtuais em imagens do mundo real – para carros. O produto se assemelha a um tablet grande, que pode ser colocado em diferentes partes dos veículos. No painel, ela pode informar velocidade, navegação, quantidade de combustíve­l e falhas de veículo; no banco de passageiro, como forma de entretenim­ento.

As patentes têm se materializ­ado em testes e protótipos, geralmente mostrados em feiras e eventos especializ­ados, de forma rápida. A Samsung, por exemplo, apresentou em 2013 o “Youm”, seu primeiro protótipo de smartphone flexível. O aparelho era semelhante ao Galaxy S3, só que mais fino e dobrável. No mesmo dia, o diretor de estratégia­s de tecnologia da Microsoft, Erick Rudder, também apresentou um protótipo de celular pequeno, com uma tela que podia ser esticada.

A LG tem focado seus protótipos em telas grandes, para sua linha de televisore­s. Em junho, a sul-coreana anunciou que conseguiu construir uma tela de OLED flexível em até 80 graus, com 77 polegadas e resolução Ultra HD – quatro vezes a resolução Full HD encontrada na maioria das TVs atuais. A tela ainda não tem data para ser comerciali­zada, mas é uma das apostas da empresa para os próximos anos.

Nas universida­des, os dispositiv­os são criados para estudos de aplicação. A universida­de de Queen, no Canadá, já criou uma tela para tablet, flexível e sensível ao toque, que imita uma folha de papel, além do smartphone. No Brasil, há protótipos em estudo na USP e no Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer, em Campinas , em São Paulo.

Esforço.

Para Renato Franzin, pesquisado­r do Laboratóri­o de Sistemas Integrávei­s (LSI) da USP, o vencedor da corrida pela tecnologia não tem garantia de obter a liderança do mercado.

“Não adianta conseguir uma grande inovação se o mercado não estiver preparado”, diz Franzin. “O celular curvo, por exemplo, foi um avanço enorme, mas nem por isso expandiu as vendas ou fez uma marca decolar. Tudo vai depender das soluções criadas e se os usuários vão se interessar por elas.”

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KIM HONG-JI/REUTERS-13/4/2017 Inovação. Galaxy S8 é um dos que já usam tela flexível por trás da infinita

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