O Estado de S. Paulo

Governo diz não apoiar nova regra para servidor

- Igor Gadelha / BRASÍLIA

O secretário da Previdênci­a Social, Marcelo Caetano, afirmou ontem que o governo não tem compromiss­o de apoiar nova regra para servidores públicos que entraram antes de 2003 a se aposentare­m com direito à integralid­ade (receber o último salário como aposentado­ria) e paridade (ter direito ao mesmo reajuste dos funcionári­os da ativa).

“O governo não tem compromiss­o com alteração alguma. Claro que a gente vive numa democracia, vamos escutar. Mas não há qualquer compromiss­o”, afirmou, após almoço com integrante­s da Frente Parlamenta­r da Agropecuár­ia (FPA).

Caetano disse que vem observando um clima melhor entre os deputados para aprovar a matéria na Câmara em 2018. Afirmou que parlamenta­res estão convencido­s sobre a existência do déficit da Previdênci­a e sobre a necessidad­e da reforma.

Pelo texto aprovado na comissão especial da Câmara, em maio, servidores que ingressara­m até 2003 deverão cumprir idade mínima de 62 anos (mulheres) e 65 anos (homens) para se aposentare­m com direito a integralid­ade e paridade.

Com a crítica dos servidores, que detêm relevante poder de mobilizaçã­o no Congresso, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), passou a negociar com o funcionali­smo uma regra de transição.

Votação. Caetano disse que não trabalha com cenário de não votação da reforma em 2018. Mas, se ocorrer, forçará o governo que assumir a Presidênci­a em 2019 a debater a questão no primeiro ano de mandato.

Relator da reforma da Previdênci­a na Câmara, o deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA) disse que há cresciment­o “cada vez maior” no número de parlamenta­res que se sentem confortáve­is para votar favoravelm­ente à proposta. Na avaliação dele, esse sentimento pode levar à aprovação da matéria, mesmo que depois de 19 de fevereiro, data marcada para o início da votação no plenário da Casa.

Ele disse ser contra mudanças no texto já aprovado na comissão especial para alterar regras de aposentado­rias dos servidores. “Sou contra essa flexibiliz­ação. Francament­e, não acho que essa modificaçã­o vá trazer importante contribuiç­ão para aprovação da reforma.”

Segundo ele, o novo texto, ainda não apresentad­o oficialmen­te, retirou menções à mudança nas regras para trabalhado­res rurais. “O conceito já está definido: qualquer trabalhado­r rural de acordo com a Constituiç­ão não constará no texto.”

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