Moro cobra de Segovia empenho da PF na Lava Jato
Juiz da Lava Jato em Curitiba recebe visita de diretor-geral da Polícia Federal e diz que ‘investigações importantes precisam ser finalizadas’
O juiz Sérgio Moro disse ontem ao diretor-geral da PF, Fernando Segovia, que há “investigações importantes que precisam ser finalizadas” na Lava Jato e afirmou que a equipe de policiais em Curitiba deveria ser ampliada. Segovia disse que a intenção é fortalecer o combate à corrupção.
O juiz Sérgio Moro, da Operação Lava Jato, disse ontem ao diretor-geral da Polícia Federal, delegado Fernando Segovia, que há “investigações importantes que precisam ser finalizadas”. Moro recebeu Segovia em seu gabinete, na Justiça Federal de Curitiba, base e origem da Lava Jato.
O diretor-geral da PF disse a Moro que sua intenção é fortalecer o combate à corrupção e ampliar a equipe de policiais na missão contra o crime organizado. Segovia chegou a Curitiba na manhã de ontem para participar da posse do novo superintendente da Polícia Federal no Paraná, delegado Maurício Valeixo, que tomou posse em substituição a Rosalvo Franco.
O diretor da PF e Moro tiveram uma conversa cordial e breve. O magistrado aproveitou para elogiar o trabalho da corporação. Ao fazer uma ressalva sobre as “investigações importantes” que precisam ser concluídas, Moro afirmou também que a equipe de policiais em Curitiba precisa ser significativamente ampliada.
A Lava Jato está na sua fase de número 47. Com base nas investigações da PF e nas denúncias da Procuradoria da República no Paraná, o juiz titular da 13.ª Vara Federal Criminal de Curitiba, Moro aplicou 129 condenações que somam mais de mil anos de pena a políticos, doleiros e empreiteiros.
Ainda há procedimentos em curso, inclusive sobre contratos e propinas no âmbito do esquema de cartel e propinas na Petrobrás no período entre 2004 e 2015 – o ex-presidente da estatal petrolífera Aldemir Bendine e ex-diretores de áreas estratégicas foram presos.
Segovia, por sua vez, afirmou ao juiz da Lava Jato que planeja fortalecer as ações contra malfeitos e desvios de recursos públicos. Também está decidido a ampliar os quadros do setor que combate a corrupção e o crime organizado.
Maurício Valeixo, que tomou posse ontem, já tinha atuado no cargo de superintendente regional da Polícia Federal no Paraná entre 2009 e 2011.
Desmembrada. Em julho, antes de Segovia assumir o comando da corporação – em substituição a Leandro Daiello –, a forçatarefa da Lava Jato na Polícia Federal do Paraná foi oficialmente desmembrada.
Na época, a Superintendência Regional da PF divulgou uma nota informando que os delegados que se dedicavam exclusivamente aos trabalhos da Lava Jato e da Operação Carne Fraca passariam a atuar também em outros casos na Delegacia de Combate à Corrupção e Desvio de Verbas Públicas.
Embora a Polícia Federal tenha garantido que a medida não iria acabar com as apurações da Lava Jato e tinha por objetivo “priorizar ainda mais as investigações de maior potencial de dano ao erário”, a decisão gerou críticas reservadas de delegados e de representantes do Ministério Público Federal.
Na ocasião, o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, da força-tarefa em Curitiba, tratou a medida como o “fim” da equipe na PF. “A força-tarefa da Polícia Federal na Operação Lava Jato deixou de existir.”