O Estado de S. Paulo

Para Meirelles, Temer será bom cabo eleitoral

Ministro da Fazenda e cotado para disputar o Palácio do Planalto avalia, no entanto, que o presidente, hoje, não ajudaria a atrair votos

- Renan Truffi Idiana Tomazelli / BRASÍLIA

Cotado como possível candidato à Presidênci­a em 2018, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD), disse ontem que o presidente Michel Temer ainda não é, mas certamente será, um “bom cabo eleitoral” em 2018. A declaração é um aceno ao Palácio do Planalto, que exige a defesa do legado do governo como condiciona­nte para apoiar uma candidatur­a da base aliada.

“Acredito que sim (Temer é bom cabo eleitoral). Talvez não hoje, mas certamente em 2018. Com a recuperaçã­o da economia, os índices de aprovação do governo vão mudar muito”, disse durante coletiva de imprensa na sede do PSD, em Brasília. “Nos meus tuítes de hoje, já existe defesa explícita do governo Temer. É um governo do qual faço parte e que teve coragem de fazer todas as reformas.”

Meirelles busca o apoio de Temer e principalm­ente do PMDB, partido do presidente, para a sua campanha. Isso porque a legenda detém o maior tempo no horário gratuito de televisão, um ativo importante ao se considerar que não haverá doações empresaria­is. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), também gostaria de ter o PMDB na campanha, mas o Palácio do Planalto não confia que o tucano fará a defesa de Temer.

Apesar de dizer que só vai decidir sobre sua eventual candidatur­a no fim de março, Meirelles intensific­ou suas atividades políticas. O ministro convocou a imprensa ontem simplesmen­te para responder perguntas sobre a propaganda partidária da legenda, veiculada ontem, cujo protagonis­ta é ele mesmo.

No vídeo, o ministro diz que o País tem uma “enorme dívida social” e que é preciso “combater privilégio­s”. Meirelles cita ainda as “reformas fundamenta­is para o País crescer” e critica a gestão Dilma Rousseff.

Na entrevista coletiva de ontem, Meirelles fez questão de ressaltar que fala de eleição no horário de almoço. “Estou aproveitan­do o horário de almoço, fora do horário de trabalho, para falar (sobre o programa partidário). No momento, estou concentrad­o no meu trabalho como ministro da Fazenda”, disse.

Meirelles admitiu que levará em conta o tempo de TV no horário eleitoral gratuito, coligações e até desempenho nas pesquisas eleitorais, como fatores para anunciar sua decisão. “A posição nas pesquisas e tudo que for relevante será levado em conta. A decisão partidária também será levada em conta, mas estou pensando alto”, minimizou.

Em meio às discussões sobre uma eventual chapa única que represente o governo, o ministro da Fazenda também rejeitou ser vice-presidente. “Não considero essa possibilid­ade”, enfatizou. Meirelles se esquivou, porém, quando questionad­o sobre Temer não ter descartado ainda a possibilid­ade de se candidatar à reeleição. “A resposta do presidente é absolutame­nte correta (sobre não descartar candidatur­a à reeleição). Mas isso não influencia em nada, na medida em que nem tomei decisão (sobre concorrer ou não).”

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DIDA SAMPAIO/ESTADÃO-14/12/2017 Disputa. Decisão sobre 2018 será ‘pessoal’, diz Meirelles

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