Agenda social e disciplina dão resultados
Com equilíbrio fiscal e projetos inovadores, o Espírito Santo sai da crise como um dos mais atraentes Estados do País para negócios e turismo
Se os anos de 2015 e 2016 não foram fáceis para o Brasil, foram especialmente complicados para o Espírito Santo. Além da instabilidade geral, o Estado enfrentou sua crise particular, causada pela queda nos preços do petróleo (a região responde por quase 20% do petróleo nacional), por uma seca prolongada e pela paralisação da Samarco, que, com uma unidade fabril e um porto, era responsável por 5% do Produto Interno Bruto (PIB) do Espírito Santo. “Essa combinação foi dura, mas o ponto importante é que nesse período realizamos um ajuste fiscal, mantivemos a disciplina e estruturamos uma agenda de projetos e ações que nos permitiu pagar nossas contas em dia e contar com um pouco de dinheiro para investir”, afirma o secretário estadual de desenvolvimento do Espírito Santo, José Eduardo Azevedo.
"Fizemos ajuste fiscal e também implementamos politicas públicas com foco social. Esse é o diferencial do Espírito Santo. Enxergamos a crise, falamos a verdade para a população e, ainda lá em janeiro de 2015, assim que assumimos o Governo do Estado, ajustamos o orçamento, tornando-o compatível com a previsão de receita", analisa Paulo Hartung, governador do Espírito Santo. Ele salienta ainda que o Estado cortou excessos e agora está preparado para as oportunidades do pós-crise. "Prevejo um 2018 promissor em terras capixabas", finalizou o governador.
Graças a essa postura, Azevedo afirma que o Estado fecha o ano com um balanço positivo do ponto de vista de desenvolvimento. Não por acaso, a previsão – embora os números ainda não estejam fechados – é que o Espírito Santo apresente um crescimento muito superior aos 0,5% do Brasil. Por conta desse aumento, a previsão é de que, entre 2016 e 2021, a região deverá receber cerca de R$ 50 bilhões em investimentos públicos e privados. “Isso representa cerca de R$ 9 bilhões por ano”, contabiliza Azevedo, citando alguns projetos já em execução, como os realizados pela Shell e pela Petrobras na bacia de Campos ou a duplicação da BR 101. Há vários em andamento e outros tantos programados e, de acordo com o secretário, todos seguem a estratégia estabelecida pelo Estado, de atuar com força em quatro grandes frentes:
Um exemplo foi a criação, neste ano, do Fundo de Desenvolvimento Econômico do Sul do Estado do Espírito Santo (Fundesul). Operacionalizado pelo Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes), o fundo prevê financiamentos para fomentar a economia de 27 municípios das microrregiões litoral sul, centro sul e Caparaó. “O aporte inicial foi de cerca de R$ 50 milhões para apoiar projetos de empresas, cooperativas, polos de desenvolvimento e distritos industriais em formação”, afirma. Para facilitar o acesso dos empreendedores ao Fundesul, foi criado o escritório regional do Bandes, em Cachoeiro de Itapemirim. Os recursos também equalizam a diferença de investimentos entre as regiões sul e norte do Estado, já que a última recebe incentivos da Sudene.
Azevedo destaca que a postura adotada nos últimos anos também permitiu o lançamento de programas considerados por ele como inovadores, cuja principal característica é trazer resultados no futuro. “Nossa agenda bem estruturada nos deu capacidade para reduzir os efeitos da crise. Quando sairmos da crise, Estados como o nosso, que se mantiveram organizados, vão sair na frente na recuperação econômica e na recuperação dos empregos, que é o mais importante”, diz.