O Estado de S. Paulo

Falta ‘muque’

Nova geração do UFC tenta acabar com entressafr­a.

- Wilson Baldini Jr.

Royce Grace, Rodrigo Minotauro, Rogério Minotouro, Marco Rua, Anderson Silva, Vitor Belfort, Wanderley Silva, José Aldo, Lyoto Machida, Mauricio Shogun, Júnior Cigano, Fabricio Werdum, Renan Barão, Rafael dos Anjos e Murilo Bustamante. Este “time” de lendas da luta dominou e assombrou os octógonos do planeta com vitórias espetacula­res. O Brasil ficou conhecido como o país do futebol, do samba e também do MMA (mistura das artes marciais).

O MMA é a modalidade de luta que mais cresce o número de praticante­s no mundo. O Brasil, que já dominou a maioria das categorias no UFC (Ultimate Fighting Championsh­ip, principal organizaçã­o de MMA), atualmente vive uma entressafr­a, afinal as lendas citadas acima já pararam ou estão em fim de carreira. A nova geração não consegue manter a mesma quantidade de conquistas.

“Vivemos uma época no MMA igual ao que viveu a seleção brasileira de futebol com a equipe de 1970”, disse Rodrigo Minotauro, que, após pendurar as luvas, trabalha como embaixador do UFC no Brasil. “Passamos por um momento normal no esporte. O Brasil tem 83 representa­ntes no UFC e só fica atrás dos EUA, que têm cerca de 300 atletas. Uma geração para a outra precisa ser construída e tenho certeza de que um novo campeão vai surgir em breve.”

Minotauro adverte para o fato de o MMA ter se espalhado pelo mundo todo, o que aumentou a disputa e a dificuldad­e para se manter no auge. “Atualmente, temos torneios em todas as partes do mundo e com um nível técnico muito bom.”

Com 30 anos de experiênci­a, o mestre Marco Barbosa, carinhosam­ente conhecido no mundo das lutas como Barbosinha, chama a atenção dos lutadores. “É difícil manter a concentraç­ão, quando se atinge o topo. Muita gente deixa de treinar, vai para as baladas e o mundo das lutas não admite esse tipo de coisa.”

Os fãs continuam fiéis e garantem uma boa audiência para a TV Globo nas transmissõ­es que são feitas geralmente nas madrugadas de domingo. Uma fonte do canal informou que os eventos garantem o dobro de televisore­s ligados em comparação a uma noite normal. Ao invés de quatro pontos, são atingidos oito (cada ponto na capital paulista equivale a 70,5 mil domicílios ou 199,3 mil telespecta­dores).

A esperança. Entre os nomes mais citados para se tornar o novo “rei” do MMA no Brasil está o mineiro Paulo Borrachinh­a, peso médio, invicto, que soma 11 vitórias. O adversário que mais ficou em pé a sua frente caiu no segundo round.

Borrachinh­a se destaca pelo desempenho dentro do octógono e também fora dele, sempre com uma confiança muito grande. “Se hoje eu sou indicado para ser um futuro campeão, isso não é por acaso. Tudo isso foi treinador e planejado por mim e pela minha equipe para atingir este patamar”, disse o lutador, que tem o apoio nos treinos do Atlético Mineiro.

“O que me falta para chegar ao título do UFC é tempo. Com o passar do tempo, vou obter minhas vitórias e conseguir meu espaço no UFC para disputar e ganhar o cinturão da minha categoria”, afirmou.

Rodrigo Minotauro EX-LUTADOR DE MMA ‘Uma geração para outra precisa ser construída e tenho certeza de que um campeão vai surgir’

 ??  ?? Um novo rei? Paulo Borrachinh­a é promessa
Um novo rei? Paulo Borrachinh­a é promessa
 ?? ANA PATRICIA / INOVAFOTO-8/12/2017 ?? Futuro. O peso médio Paulo Borrachinh­a está invicto no UFC, com 11 vitórias: lutador treina no Atlético Mineiro
ANA PATRICIA / INOVAFOTO-8/12/2017 Futuro. O peso médio Paulo Borrachinh­a está invicto no UFC, com 11 vitórias: lutador treina no Atlético Mineiro

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil