O Estado de S. Paulo

Pesquisa mostra que torcida aceitaria naming rights

Estudo aponta que 91,3% dos corintiano­s passarão a chamar a Arena pelo novo nome caso ocorra acordo com empresa

- /D.B. e R.R.

Desde a fundação da Arena, em 2014, o Corinthian­s tenta vender o naming rights, mas não tem sucesso. Um dos problemas mais citados pelos representa­ntes do clube é o fato das empresas desconfiar­em de que a torcida não passará a chamar o estádio pelo nome oficial, como o antigo Palestra Itália virou Allianz Parque. A diretoria, porém, conta com um estudo que prova exatamente o contrário do que pensam os empresário­s. Segundo pesquisa, 91,3% dos torcedores aceitariam a mudança de nome do estádio.

O Estado teve acesso a uma pesquisa inédita feita pelo Corinthian­s e organizada pela Aramatore. O estudo mostra uma alta porcentage­m de aceitação dos torcedores para o nome de uma eventual empresa que feche o naming rights da arena.

Os pesquisado­res fizeram várias perguntas para torcedores e, ao cruzar as respostas dadas, chegou-se aos números que mostram que 67,9% dos corintiano­s apresentam uma aceitação alta pelo nome do estádio e mais 23,4% como média alta, totalizand­o os 91,3%.

Com esses dados em mãos, o Corinthian­s espera ter mais artifícios para negociar com interessad­os em exibir a marca no nome do estádio. Uma das dificuldad­es alegadas por empresário­s é que o fato do estádio já existir há muito tempo e ser chamado pelos torcedores de Arena Corinthian­s fará com que dificilmen­te os corintiano­s passem a chamar por outro nome.

Inicialmen­te, o clube queria R$ 400 milhões no naming rights, mas já admite a possibilid­ade de fechar por um valor menor. Em julho deste ano, o presidente Roberto de Andrade concedeu uma entrevista exclusiva ao Estado, em que admitiu que a diretoria errou ao demorar para acertar com um nome para a arena. Em seguida, culpou a crise econômica.

“Nós deixamos para ir atrás disso (naming rights) quando a arena estava praticamen­te pronta. Erramos, podemos dizer assim, em esperar a arena ficar pronta. Pegamos um outro momento do País”, disse o dirigente. “Nós não temos bola de cristal. O Brasil naquela época estava muito bem, tudo crescendo e indo maravilhos­amente bem. Não esperávamo­s que fosse acontecer tudo isso”, completou.

Um dos responsáve­is por transforma­r a Arena em algo real, Andrés Sanchez, é candidato à presidênci­a do Corinthian­s e sempre que questionad­o sobre o assunto mostra irritação. O ex-presidente do clube afirmou diversas vezes que o naming rights estava próximo de ser concretiza­do, mas o acordo nunca ocorreu.

Atualmente, não existe conversa com nenhuma empresa sobre o assunto. As notícias negativas sobre a arena, como queda de placas de mármore, dívidas e possíveis ligações com a Lava Jato afastaram interessad­os. Além disso, o Corinthian­s alega que as negociaçõe­s estavam paradas por causa do refinancia­mento da dívida com a Caixa. Com a volta do pagamento, a expectativ­a é de que algumas conversas possam ser retomadas.

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