O Estado de S. Paulo

‘O histórico de crédito vai começar a ser refletido em taxas menores’

- Presidente da Ali Crédito

Após a ascensão da Nubank na área de cartão de crédito, outra startup – a Ali Crédito – vai propor um novo desenho para o setor de empréstimo­s. Focada nas classes B e C, a companhia quer mostrar que é possível reduzir os juros cobrados acompanhan­do a clientela de forma individual­izada. “O histórico de crédito das pessoas vai começar a ser refletido em taxas menores”, diz Bruno Reis, presidente da Ali. Ele diz que a empresa vai oferecer crédito com juros pelo menos 40% mais baixos do que os dos grandes bancos.

Como se pode ‘calibrar’ os juros de acordo com o histórico do consumidor? Um dos fatores é a estabilida­de da renda. O outro é acompanhar o histórico da conta do cliente – se ele entra no cheque especial todos os meses, pode ser um sinal de que perde o controle facilmente. Se você pensar no que acontece no Primeiro Mundo, o histórico da pessoa já influencia no crédito a que ela tem acesso.

E por que o cadastro positivo ainda não pegou no Brasil?

Há pouca oferta de crédito no Brasil, são poucos os bancos. Houve muitas fusões e aquisições na área, fora as instituiçõ­es que quebraram. Como o cliente não tem muita opção, os bancos não vão correr para cortar juros dos empréstimo­s.

Quais os clientes potenciais da Ali? São das classes B e C, com renda até R$ 4,5 mil por mês. É necessário que tenham conta em banco, para podermos ter o controle de que a pessoa que está pedindo o crédito receberá o dinheiro. O objetivo é termos uma taxa no crédito pessoal, que hoje fica em 10% nos bancos, abaixo de 6%. No consignado, a meta é oferecer taxa de 2%.

E como os consumidor­es vão ter acesso aos serviços da Ali?

Hoje, há dois parceiros com os quais temos contratos exclusivos de financiame­nto – o e-commerce Elo7, destinado à venda de serviços de artesanato, e o site Canal da Peça, de autopeças. A partir de 20 de janeiro, o site da Ali Crédito ficará aberto para o contato direto como consumidor. Em fevereiro, devermos anunciar mais duas parcerias no ramo de eletrodomé­sticos e eletrônico­s.

De onde vem o dinheiro que a Ali vai emprestar?

De um fundo de investimen­to de R$ 100 milhões, no qual temos a JPP Capital como parceira. Como a duração média dos contratos de empréstimo­s a pessoas físicas gira em torno de seis meses, acreditamo­s que, ao longo de dois anos, podemos fazer empréstimo­s em um total de R$ 400 milhões com esse volume de recursos já captado. / FERNANDO SCHELLER

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