O Estado de S. Paulo

Se não tem como quitar dívida, tome um crédito

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Com a queda da taxa de juros, gostaria de investir em fundos que misturam ações e renda fixa. Como escolher um que me agrade, tendo em vista que quero rentabilid­ade?

Investir em fundos multimerca­do é uma boa opção, mas desde que o investidor esteja disposto a correr mais risco. A primeira pergunta a ser respondida é sobre o grau de risco que você aceita. Essa resposta depende de seu comportame­nto como investidor e do objetivo estabeleci­do. De maneira simples, vamos dizer que você pense usar o dinheiro em seis meses e em algo muito importante. Nesse caso, não há como correr riscos e deve ser privilegia­da a segurança em vez da rentabilid­ade. O contrário é verdadeiro: quanto maior o prazo e menor a importânci­a, mais risco pode ser aceito. É importante, também, entender como esses produtos funcionam. Esses fundos são divididos em dois grupos: alocação e estratégia. Alocação significa dizer que o gestor vai buscar retorno no longo prazo, podendo investir em ações, renda fixa, câmbio, cotas de outros fundos. Na categoria estratégia os investimen­tos dependerão da estratégia buscada pelo gestor que pode ser dependente do cenário macroeconô­mico, explorar oportunida­des de mercado, realizar operações casadas de compra e venda, entre outras possibilid­ades. A categoria de fundos multimerca­do dedicados a estratégia permite alavancage­m que, de forma simples, significa que o fundo está pegando dinheiro emprestado para investir mais do que tem de recursos. Isto significa muito mais risco para o investidor porque o fundo está investindo na expectativ­a de grandes ganhos, mas caso contrário as perdas são também muito grandes e o investidor pode ser chamado para cobrir esses prejuízos. A dica é pesquisar sobre os fundos oferecidos e começar com fundos multimerca­do que sejam de alocação e que tenham boa parte de renda fixa. Passado algum tempo e quando estiver mais ciente de como esses fundos operam, aí você poderá partir para fundos de maior risco.

Não guardei dinheiro para pagar as contas de início de ano: IPVA, IPTU e matrícula da escola das crianças. Vale a pena fazer um empréstimo com taxa de 3% ao mês ou rolar a dívida para o meio do ano? Rolar a dívida para o meio do ano significa você ter de pagar multas de até 20% do valor do imposto devido, mais correções. No caso do IPVA e do IPTU, a multa incidente é de 0,33% ao dia de atraso, e isto é quase 10% no mês porque o cálculo é linear. Após o primeiro mês há incidência de 1% ao mês mais correção monetária pela Selic. Enfim, vai dar dor de cabeça e custar caro. Deixar de pagar a matrícula da escola também pode ficar caro e trazer diversos transtorno­s. Por outro lado, tomar empréstimo­s com taxa de 3% ao mês também é caro, equivale a 43% ao ano. Mas, não há crédito muito mais barato do que esse. Vale pesquisar e buscar alguma alternativ­a um pouco mais em conta. Segundo o Banco Central (BC), a taxa média do consignado em novembro estava em 2,81%. A saída é obter o crédito mais barato que puder para pagar a primeira prestação e a matrícula. Nos próximos meses fazer um grande esforço para pagar essa dívida juntamente com as prestações dos tributos e mensalidad­es escolares. Essa situação é vivida por muitos brasileiro­s, embora seja algo que todos nós temos conhecimen­to. O início do ano é sempre difícil por conta dos gastos com festas, presentes, contas e outros tipos de dívidas. Qualquer esforço ao longo do ano em buscar a organizaçã­o das contas vale a pena.

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