O Estado de S. Paulo

Febre amarela interdita mais 10 parques na capital

Morte de macacos com suspeita da doença em Itapeceric­a da Serra motivou medida; vacinação é ampliada para distritos da zona oeste

- Isabela Palhares

Após a confirmaçã­o da morte de primatas por febre amarela em Itapeceric­a da Serra, na Grande São Paulo, a Prefeitura da capital anunciou ontem o fechamento de mais dez parques na cidade, que já tem 16 áreas interditad­as. A vacinação será ampliada para distritos das regiões sul e oeste. Das novas áreas, quatro são de parques lineares que não têm delimitaçã­o física. Por isso, a Prefeitura recomenda a não visitação dos locais.

A Prefeitura de São Paulo vai fechar a partir de hoje mais dez parques municipais, nas zonas sul e oeste, como medida preventiva contra a febre amarela. A vacinação também será ampliada para cinco distritos dessas duas regiões. Os parques tiveram visitação suspensa após a confirmaçã­o da morte de primatas pela doença em Itapeceric­a da Serra, na Grande São Paulo. Até agora, não há registro de pessoas infectadas na capital.

Das dez unidades, quatro são parques lineares, que não têm delimitaçã­o física. Por isso, a entrada nos locais não é bloqueada, mas há recomendaç­ão de que não sejam visitados. Desde outubro, a cidade tem outros 16 parques fechados, a maioria na zona norte, pelo mesmo motivo. Agora, no total, estão fechadas 23 unidades municipais e 3 estaduais – da Cantareira, do Horto e o Parque Ecológico do Tietê, este na zona leste.

Apesar da ampliação do fechamento de parques para as zonas sul e oeste, não foram registrado­s adoeciment­o ou morte de macacos pelo vírus nessas regiões. A suspensão da visitação por tempo indetermin­ado, diz a Secretaria Municipal de Saúde, se trata de “medida cautelar”.

Neste ano, foram registrado­s 24 casos autóctones da doença no Estado – dez evoluíram para a morte do paciente, todos no interior paulista. Entre primatas, houve 2.211 mortes com suspeita de febre amarela. Desses, a doença foi confirmada em 534 animais – 71% na região de Campinas. Nas últimas semanas, o vírus começou a avançar pela Grande São Paulo – foram 88 óbitos de macacos confirmado­s na capital e em seis cidades do entorno neste ano.

Imunização. Anteontem, a Prefeitura incluiu o distrito Raposo Tavares, na zona oeste, na campanha de imunização. A meta é imunizar 70 mil moradores da área. Na zona sul, a campanha ocorre nos distritos de Jardim Ângela, Parelheiro­s, Marsilac e parte do Capão Redondo, por causa da proximidad­e com Itapeceric­a da Serra. Até anteontem, 68,2 mil pessoas já haviam sido imunizadas na região. A meta de vacinação para essa área é de 500 mil.

Além disso, a secretaria segue com a campanha na zona norte, que teve início em 21 de outubro e já imunizou 1,1 milhão de pessoas. No início de novembro, quando o parque Ecológico do Tietê foi fechado, dois bairros da zona leste foram incluídos na força-tarefa de imunização. Segundo a Prefeitura, a ação não está mais ocorrendo na zona leste porque toda a população da região foi vacinada.

Ontem, o Ministério da Saúde também autorizou o repasse de R$ 15,8 milhões para a campanha de vacinação contra a febre amarela no Estado.

Primatas. A Secretaria de Saúde paulista informou que tem feito trabalho “preventivo e contínuo” de monitorame­nto no Estado, com ênfase nos corredores ecológicos, para traçar as estratégia­s de vacinação.

Para Celso Granato, professor de Infectolog­ia da Universida­de Federal de São Paulo (Unifesp), é correta a conduta de criar um “cinturão” de isolamento e vacinação nas áreas em que houve morte de primatas. “O grupo de risco é quem mora perto dessas áreas e pode ser picado pelo mosquito. Por isso, é preciso priorizar a vacinação”, avalia. “Estamos registrand­o as mortes de macacos há algum tempo e poucos casos em humanos, por isso, entendo que a situação está bem controlada.”

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HÉLVIO ROMERO/ESTADÃO-26/10/2017 Sem circulação. Parque Toronto, que fica no Jardim Fiat Luz, está fechado desde outubro

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