Base do São Paulo vê Copinha como vitrine
Time sub-20 do São Paulo sabe que treinador da equipe principal estará de olho em destaques
Jovens, como Igor (foto), apostam na competição para subir.
Morumbi lotado, despedida de ídolo e último jogo da temporada mais dramática da história recente do São Paulo. Dorival Junior aproveitou o momento para improváveis substituições: lançou dois talentos da base no time principal, nos lugares de Cueva e Marcos Guilherme. Bissoli e Gabriel Sara, que jogaram os dez minutos finais do confronto com o Bahia, pela última rodada do Campeonato Brasileiro, estão no radar do técnico para a próxima temporada.
“Foi inesquecível estrear com o Morumbi cheio e na despedida do Lugano. Uma coisa que vai ficar marcada para sempre na minha história”, lembra o atacante Bissoli, que se prepara com a equipe sub-20 para a disputa da Copa São Paulo de Futebol Junior, que começa na próxima quartafeira. A Copinha, que o Tricolor não vence desde 2010, quando tinha Lucas Moura e Casemiro no elenco, é a principal vitrine para que atletas da base ganhem chance na equipe principal. Com Dorival Junior e seu histórico de incentivo aos jovens atletas, a motivação pelo sonho de atuar no profissional se tornou maior em Cotia.
“A Copinha é uma Copa do Mundo para a gente”, compara Bissoli. “Por causa da torcida, da repercussão, tem um gosto especial. Temos uma esperança alta de fazer uma boa competição, continuar no time profissional e ajudar o São Paulo.”
Para o meia Igor Gomes, que também já teve oportunidade de treinar com a equipe principal no CT da Barra Funda, uma boa atuação na Copinha será decisiva para a sequência da sua carreira no São Paulo. “Dorival é um cara que sabe incentivar a gente da base e tem um olho bom”, diz o meia. “Ele dá esperança para todos. O São Paulo tem fama de ter bons meninos na base e agora temos tudo para que dê certo na Copinha e que possamos crescer no clube.”
Frequentemente comparado ao ex-meia Kaká, não só pelo estilo de jogo e pela posição em que atua, mas também pela aparência física, Igor se diz lisonjeado. “As comparações existem, mas quero escrever a minha própria história. Acho legal porque ele é um ídolo e tenho Kaká como um modelo, então é bom ver que as pessoas percebem que estou no caminho certo. Fico feliz pela comparação do nosso estilo de jogo. Jogo de forma mais segura nas zonas de maior perigo, dominando mais a bola, e mais agressivo na frente, para tentar desequilibrar o jogo.”
Desfalques. Os atacantes Brenner e Paulo Bóia, últimos atletas da base integrados à equipe principal do São Paulo até agora, não jogarão a Copa São Paulo. O técnico André Jardine sabe que pode perder ainda mais jogadores, caso eles sejam acionados pela comissão técnica de Dorival. Na edição da Copinha deste ano, a equipe perdeu o meia Shaylon de última hora, chamado para o grupo principal, na época sob comando do técnico Rogério Ceni. “Estamos fazendo a nossa parte”, diz o treinador. “Nosso principal objetivo é colocar meninos no time principal para o que a equipe volte a vencer. Jogadores podem surgir na base e, às vezes, eles darão mais retorno do que atletas contratados a peso de ouro pelo clube no mercado brasileiro.”