O Estado de S. Paulo

Empresário acusado de matar irmão se entrega

Segundo polícia, Mateo Petriccion­e disse que entrou em luta corporal com Marcelo, mas não se lembra de ter atirado

- Juliana Diógenes

O empresário Matteo Petriccion­e, de 35 anos, acusado de matar o irmão, Marcelo, de 49, no sábado passado, na Casa Verde, zona norte de São Paulo, entregou-se ontem à polícia e teve a prisão temporária decretada. Segundo o delegado titular do 13.º DP, Márcio Martins Mathias, Matteo se mostrou arrependid­o, apesar de afirmar que havia bebido muito uísque e não se lembrava de ter efetuado os disparos contra o irmão.

“(Matteo) se lembrava de ter entrado em luta corporal com o irmão e de uma discussão acalorada”, disse o delegado. “Ele, até certo ponto, lembra de o irmão estar agarrando, em cima dele, dizendo que ele (Matteo) iria se tornar um homem.”

O crime aconteceu durante festa de confratern­ização de fim de ano da concession­ária de carros de luxo dos irmãos. Os dois estariam sob efeito de álcool. “Acredito que o álcool foi a combustão. (Matteo) agiu de forma alcoolizad­a, fora de si até.”

De acordo com o delegado, após a luta corporal, Matteo foi buscar um revólver calibre 38 que estava guardado na mochila em outro local da empresa. A arma seria do pai dos irmãos, que será intimado a depor e a apresentar a documentaç­ão.

Defesa. À polícia, Matteo alegou que o revólver foi colocado na bolsa para “defesa própria”. O empresário negou ser usuário de drogas ou estar sob efeito de entorpecen­tes. “(Matteo) alegou que se dava muito bem com o irmão, que tinham uma postura muito amiga, familiar mesmo, e (afirmou) que aquilo foi infelizmen­te uma fatalidade.” Testemunha­s confirmara­m que não havia brigas entre eles.

Os três disparos atingiram a cabeça, o tórax e a perna de Marcelo. Matteo fugiu a pé e foi a um hotel. A vítima foi levada para um hospital em Santana, mas não resistiu. Marcelo, que deixa mulher e filhos, foi campeão nacional de kart em 1999 e 2000.

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