Apple é alvo de processos por lentidão em iPhones.
Empresa confirmou que modelos mais antigos sofreram diminuição na velocidade de processamento; Justiça dos EUA e de Israel avaliam ações
A Apple responderá na Justiça por supostamente lesar seus clientes após deixar, propositalmente e sem aviso prévio, os modelo antigos de iPhone mais lentos. No último dia 20, a gigante de tecnologia confirmou que fez atualizações em seu sistema operacional que diminuíram a velocidade de processamento dos aparelhos lançados nos últimos anos.
Os processos judiciais indicam que a conduta da Apple pode ter levado os proprietários de iPhone a tentar resolver, de maneira equivocada, os problema de seus aparelhos. Todos os casos registrados nos Estados Unidos buscam ação coletiva para representar potencialmente milhões de proprietários de iPhone em todo o país.
Um dos processos, apresentado ontem em São Francisco, diz que a incapacidade das baterias de acompanhar velocidades do processador seria um erro do próprio dispositivo. “Em vez de resolver o defeito da bateria, fornecendo uma substituição gratuita da peça para todos os iPhones afetados, a Apple tentou ocultar o problema”, diz a ação judicial.
Entre os advogados que entraram com ações contra a Apple está Jeffrey Frazio, que ficou conhecido por conseguir em 2013 um acordo judicial de US$ 53 milhões após seus clientes questionarem o modelo de garantia do iPhone.
Dessa vez o argumento do advogado é que os usuários acreditaram que a lentidão de seus smartphones acontecia por conta da frequência de uso ou de aplicativos instalados e por isso compraram novos celulares.
As ações pedem reembolso e ordens judiciais que impeçam a Apple de acelerar a velocidade de processamento do iPhone ou exijam que antes de alterações semelhantes aconteça uma notificação prévia. Além dos Estados Unidos, a Justiça de Israel também avalia uma ação similar contra a empresa de tecnologia.
A Apple ainda não se pronunciou sobre os processos.
Caso. A confirmação da estratégia de tornar os celulares mais lentos foi feita pela Apple após John Poole, desenvolvedor do site Geekbench, mapear a performance dos iPhones 6S e 7. O especialista concluiu que algumas atualizações feitas pela companhia desaceleraram o desempenho dos aparelhos que possuem pouca capacidade de bateria.
Ao site norte-americano de tecnologia TechCrunch, a Apple se justificou dizendo que as baterias com íons de lítio se tornam menos capazes de responder aos picos de demanda quando estão frias, com pouca carga ou velhas, o que pode levar ao desligamento inesperado do dispositivo. Por isso, diz a empresa, foi adicionada uma ferramenta para diminuir o processamento de aparelhos com pouca capacidade de bateria.
“No ano passado, nós liberamos um recurso para o iPhone 6, 6S e SE para diminuir os picos de consumo e prevenir que o aparelho desligue inesperadamente. Agora, nós estendemos o recurso para o iPhone 7 com o iOS 11.2 e planejamos adicionar suporte para os outros dispositivos no futuro”, disse a Apple, em nota.